Brasil registra 257 mortes de pessoas LGBTQIA+ em 2023

Foto: Pixabay/Reprodução

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

20/01/2024 - 13:01 - Atualizada em: 20/01/2024 - 13:23

No ano de 2023, o Brasil lamentavelmente testemunhou 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+, um número que se manteve estável em relação ao ano anterior, de acordo com um levantamento realizado pelo Grupo Gay Bahia (GGB), a mais antiga Organização Não Governamental (ONG) LGBT da América Latina. Este dado coloca o país no triste posto de ser considerado o mais homotransfóbico do mundo.

O estudo revela que o Brasil registrou, no último ano, o mais alto índice de homicídios e suicídios da população LGBTQIA+ em escala global. Das 257 vítimas, 127 eram travestis e transgêneros, 118 eram gays, 9 lésbicas e três bissexuais. De forma alarmante, pela primeira vez em 44 anos de pesquisa, travestis e transexuais superaram em número as mortes violentas de gays.

“De igual modo é o calvário vivenciado pelos suicidas LGBT+, onde a intolerância lgbtfóbica, sem dúvida, foi o combustível e o gatilho para minar sua autoestima e desistirem de viver”, afirma Toni Reis, coord

enador da Aliança Nacional LGBT.

O relatório destaca que as lésbicas são a categoria sexual menos vitimizada, explicando que, em geral, as mulheres são menos propensas à violência do que os homens e se expõem menos a situações de risco, raramente envolvendo-se em encontros com desconhecidos. Quanto ao recorte étnico, 60% das vítimas não têm indicação no levantamento, mas entre os dados disponíveis, observa-se a seguinte distribuição:

– Branca: 14,39%
– Parda: 10,5%
– Preta: 10,89%
– Não identificada: 66,2%

A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica os LGBTQIA+ brancos como a categoria majoritária isolada, com 14,39%, seguida por pardos (10,50%) e pretos (10,89%). Quando agrupados, pardos e pretos totalizam 21,39%.

A análise por profissões revela que entre as vítimas gays, 22 profissões diferentes foram identificadas, incluindo 11 professores, 5 empresários, 3 médicos, 3 dentistas, 2 pais de santo e 1 padre. No caso das pessoas trans, foram registradas sete ocupações, incluindo 18 profissionais do sexo, 3 comerciantes, 3 cabeleireiras, duas enfermeiras e uma garçonete.

Os estados brasileiros que notificaram mais mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ em 2023 foram São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará, conforme indicado pelo levantamento. Entre as capitais, São Paulo lidera a lista, seguido por Rio de Janeiro, Manaus, Salvador e Fortaleza.

Infelizmente, casos como o de um homem encontrado morto em uma praia turística na Bahia, sendo um turista do Paraná, levantam suspeitas de motivação por homofobia, evidenciando a persistência desse trágico cenário.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).