O símbolo da economia e de muitos começos em Jaraguá

Scarpatto, ao lado do Marco Zero, onde começou com seu primeiro ponto de táxi - Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Por: OCP News Jaraguá do Sul

20/04/2016 - 04:04

Marco Zero fincado na Praça Ângelo Piazera em 4 de outubro de 1941 pelo então prefeito Leônidas Cabral Herbster é o símbolo da expansão econômica e populacional da cidade. E que, na verdade, começou não muito longe dali, em 1937, na então Avenida Independência (atual Getúlio Vargas), junto à antiga estação ferroviária. O transporte de cargas e passageiros pelos trens na região do atual Centro Histórico, respondeu, durante décadas, pelo efetivo desenvolvimento da cidade. Por isso a Lei nº 55, de 6 de setembro daquele ano, sancionada pelo primeiro prefeito eleito de Jaraguá do Sul, Leopoldo Augusto Gerent, determinava aquela área como ponto de partida da economia local e regional. Em seu entorno cresceu um próspero centro de negócios. A mudança de local, por indicação de estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ocorreu no mesmo dia da inauguração do novo prédio da Prefeitura, também usado pela Câmara de Vereadores e o Fórum e que hoje abriga o Museu Emílio da Silva.

E foi a poucos metros dali que o taxista Nelson Scarpatto deu novo rumo à sua vida profissional e, por extensão, da mulher e dois filhos. De Pedras Grandes, município do Sul do Estado próximo a Tubarão, para Jaraguá do Sul, coincidentemente a viagem também começou no fim da tarde de um dia 6 de setembro (1978) durando até o amanhecer do dia seguinte, 7 de setembro, o feriado da Independência do Brasil. E independência financeira era tudo que a família Scarpatto queria. Com o dinheiro da venda de uma propriedade e “um fusca meio usado”, o ex-ferramenteiro comprou terreno e construiu casa na rua Frederico Curt Vasel, onde mora até hoje com a mulher, Maria Valdete, professora aposentada. No primeiro ponto, na Marechal Deodoro, perto das antigas instalações da Caixa Econômica Federal, trabalhou com um Volkswagen TL. O investimento, com a compra do ponto custou “uns 250 contos” (cruzeiros, em moeda da época). Anos mais tarde o ponto mudou para a Praça Ângelo Piazera, agora a poucos passos do Marco Zero.

“Quando cheguei aqui, a cidade tinha uns 40 mil habitantes. E louco era quem pensasse em ganhar a vida com um táxi, porque, diziam, que os alemães preferiam ir a pé até Pomerode com um saco nas costas do que gastar com aluguel de um carro”, lembra Scarpatto em tom de brincadeira. Mas foram mesmo muitos dias à espera de clientes sem ganhar nenhum tostão. Há 38 anos na profissão, ele nunca se resignou em ser apenas taxista, ocupando-se, também, de outros negócios paralelos que deram certo. “Isso aqui me deu sorte”, brinca, apontando para o Marco Zero como uma espécie de amuleto.

Construído em concreto e com cerca de meio metro de altura, o Marco Zero está localizado na confluência das quatro principais vias públicas da cidade: Marechal Deodoro, Marechal Floriano Peixoto, Getúlio Vargas e Procópio Gomes de Oliveira. É, historicamente, o ponto de referência do centro do município. Localizando a latitude (distância da linha do Equador até o centro do município); a longitude (distância do meridiano de Greenwich até o centro) e a altitude (a elevação vertical acima do nível do mar até o centro do município). Antigamente, o Marco Zero era o ponto de partida para as medidas de distância entre as localidades do interior e a região central da cidade. Em 25 de julho de 2003 foi revitalizado, incluindo-se mais três símbolos considerados importantes para Jaraguá do Sul: a bandeira, o brasão e o hino, integrando a rosa dos ventos, visualizada no chão, onde estão demarcados os pontos cardeais, em homenagem aos seus autores: Eugênio Victor Schmöckel, Moacyr Silva (Cilo), Rudolfo Francisco Hufenüsler e Alcesti Berri.

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Publicação da Rede OCP de Comunicação