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O que acontece com o corpo ao beber Coca-Cola todos os dias?

Por: Priscila Horvat

30/10/2024 - 16:10 - Atualizada em: 30/10/2024 - 16:28

Não é novidade para ninguém que refrigerante não é classificado como algo saudável. Riquíssimo em açúcar, seu consumo desenfreado vem acompanhado de diversos riscos de doenças, como a obesidade e o diabetes.

Além disso, essas bebidas podem causar problemas gastrointestinais, danos permanentes no sistema digestivo e até mesmo aumentar o risco de doenças hepáticas.

As versões diet não significam que estão isentas desse problema, já que o uso de adoçantes artificiais (que fazem parte da fórmula da versão ‘sem açúcar’), como o aspartame, podem originar complicações estomacais, como diarreia e constipação.

O alto consumo de qualquer tipo de açúcar tem um problema secundário: ele “desperta” o desejo do organismo de sempre querer doces.

Um dos refrigerantes mais amados em todo o mundo é a Coca-Cola. Além dela, outras bebidas da mesma categoria também têm, em sua composição, ácido fosfórico, um tipo de aditivo que torna os alimentos mais ácidos e, por consequência, oferece maior durabilidade, evitando o crescimento de mofo e bactérias.

Com o passar do tempo e o alto consumo, esse aditivo pode esgotar o cálcio do corpo, aumentando o risco de osteoporose e fraturas ósseas. Um estudo publicado na revista Nutrients revelou que o consumo diário de refrigerantes está associado ao dobro do risco de fraturas em comparação com pessoas que não consomem a bebida.

A pesquisa indicou que a alta carbonatação dos refrigerantes pode irritar o revestimento do estômago, piorando, por exemplo, quem já sofre com gastrite, úlceras, refluxo ácido e condições semelhantes.

O estudo também mostrou que os refrigerantes açucarados foram relacionados à diminuição dos níveis de colesterol HDL, o “bom” colesterol, e ao aumento dos triglicerídeos, um tipo de gordura presente na corrente sanguínea, originada de alimentos como manteiga e óleos.

Uma outra pesquisa, realizada em 2020 e publicada no Journal of the American Heart Association, revelou que adultos que consumiam refrigerantes com frequência apresentavam 98% mais chances de ter níveis baixos de HDL e 53% mais probabilidade de desenvolver triglicerídeos elevados.

Riscos associados aos refrigerantes açucarados:

  • Aumento do risco de obesidade e diabetes;
  • Problemas gastrointestinais, como diarreia e constipação;
  • Redução do colesterol HDL (“bom”) e aumento dos triglicerídeos;
  • Aumento do risco de fraturas ósseas;
  • Risco 85% maior de câncer de fígado em mulheres.

Riscos associados aos refrigerantes diets:

  • Despertar do desejo excessivo por outros doces;
  • Ganho de peso e condições de saúde relacionadas;
  • Problemas estomacais, como diarreia e constipação, devido aos adoçantes artificiais;
  • Risco de má absorção de glicose-galactose, levando a diarreia grave, desidratação e perda de peso.

O nutricionista Cesar Sauza, em entrevista ao EatingWell, alertou que “se o açúcar do refrigerante não for utilizado em atividades físicas, o fígado o transforma em gordura”.

Em termos de saúde do fígado, a pesquisa também apontou que mulheres que consumiam um ou mais refrigerantes adoçados com açúcar diariamente tinham 85% mais probabilidade de serem diagnosticadas com câncer de fígado em comparação àquelas que consumiam menos de um refrigerante por semana, conforme informado pelo jornal Daily Mail.

Além disso, os números apontaram que quem tem o hábito de consumir refrigerante diariamente apresentava 68% mais chances de falecer em decorrência de doenças hepáticas do que aqueles que bebiam três ou menos refrigerantes por mês. Contudo, os pesquisadores notaram que o risco geral de morte era baixo, com cerca de 150 óbitos relacionados à doença registrados no estudo.

Também não foi identificada uma ligação entre doenças hepáticas e refrigerantes sem açúcar, como a Coca-Cola Diet, embora esses produtos dietéticos possam ter seus próprios efeitos colaterais.

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, e da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, em 2022, descobriram que os participantes que consumiam adoçantes artificiais como aspartame e estévia, encontrados em bebidas dietéticas como a Coca-Cola Diet, podiam sofrer de má absorção de glicose-galactose.

Essa condição prejudica a absorção de açúcares pelo intestino, podendo resultar em diarreia severa, desidratação e perda de peso.

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