Por Daiana Constantino
Jaraguá do Sul vive nos últimos tempos mudanças importantes em seus meios de transportes e na forma como se deslocam seus mais de 180 mil habitantes. Em busca de facilitar a vida no trajeto de ida e volta ao trabalho, o técnico de processos Moacir Caetano, 43 anos, decidiu pela compra de uma bicicleta elétrica e fez o teste com uma bike na ciclovia da região central nesta quarta-feira (29). Ele deixará o carro na garagem e passará a utilizar o transporte alternativo no caminho entre a sua casa no Centro até a Weg Motores.
“Percebo que a nossa ciclovia é muito boa e a minha necessidade de comprar uma bike elétrica é para facilitar meu transporte até o meu trabalho”, disse. O sistema cicloviário de Jaraguá do Sul soma hoje 80 quilômetros de ciclo faixas e ciclovias pavimentadas. Segundo Caetano, é também uma forma de economizar. “Com 90 centavos, você anda 90 quilômetros. É bem viável mesmo”, acrescentou ele. Uma bicicleta faz de 1 a 2 centavos por quilômetro. Alguns modelos podem chegar em até 70 quilômetros de autonomia, e a recarga pode ser em qualquer tomada.
Caetano contou que se sentiu seguro transitando com a bicicleta elétrica. “Fazendo o teste vi que o pessoal respeita bastante no trânsito. Gostei da bicicleta, é bem silenciosa e macia. E fiquei sabendo que ela é montada em Jaraguá do Sul e isso ajuda a economia interna da cidade”, destacou.
O vendedor Nicolas Schlenert, que atendeu Caetano em uma loja do Centro, disse que a procura pelas bikes elétricas é considerada grande – cerca de 30 são vendidas todo mês. “Pelos fatores da economia e mobilidade, o comércio dessas bicicletas tem aumentado.” A bicicleta elétrica é limitada a 25 km por hora legalmente, permitindo o deslocamento mais rápido que um carro, segundo Schlenert.
O preço de uma bike elétrica varia conforme o modelo, de R$ 5.790 até R$8.790. Apesar de as bicicletas serem as “queridinhas” do mercado, segundo Nicolas, os patinetes elétricos também são bastante procurados, custando de R$ 3.790 a R$ 4.390, com a vantagem de serem portáteis. Ao comercializar essas unidades, ele disse que ressalta sempre os cuidados que os usuários devem ter, como o uso de capacete e transitar somente nas ciclovias.
Além de práticos e saudáveis, bike, patinete, scooter e bicicleta compartilhada não exigem que o usuário tenha Carteira de Habilitação e facilitam a mobilidade urbana. O público interessado nessas mercadorias vai desde adolescentes, que utilizam os meios para ir e voltar das escolas, até idosos para uso de diversas finalidades.
Segundo dados das Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) sobre a produção de bicicletas no País em 2022, foram produzidas 10.847 unidades de bikes elétricas, representando um aumento de 5,4% no comparativo com o ano anterior, quando um total de 10.294 bicicletas foram fabricadas.
Quem opta por não comprar alguma dessas unidades pode fazer a locação de uma bicicleta compartilhada através de um sistema de aplicativo oferecido pela startup catarinense ALLMobility, por meio da goMOOV. Mais de uma centena de parking zones estão espalhados pela cidade, onde as bikes são compartilhadas.
Prefeitura já tem minuta para regulamentação de bike elétrica, patinete e scooter
Para o secretário de Planejamento e Urbanismo, Gildo Martins de Andrade Filho, o uso de bike elétrica, patinete, scooter e bicicleta compartilhada é uma tendência mundial e representa uma mudança importante na forma como se deslocam os habitantes de Jaraguá do Sul. Inclusive, a Prefeitura já tem minuta de regulamentação para a utilização desses veículos, que deve ser enviada à Câmara de Vereadores. Ela vai definir idade limite, pontos de fiscalização, entre outros aspectos que estão em fase de análise.
O secretário disse que vê com bons olhos a presença desses veículos na cidade “porque se constituem em efetiva mobilidade em pequenas distâncias, um sistema barato, ecologicamente correto e não interfere no trânsito caótico da cidade.” Ao mesmo tempo, ele alerta para o cumprimento das regras, como “o uso de capacete, não levar crianças, não transitar à noite porque esses veículos não têm farol”.
Jaraguá do Sul vive mudanças importantes em seus meios de transportes com o recente sistema de transporte coletivo, segundo o secretário. Ele destacou a abertura nesta segunda-feira do primeiro mini terminal urbano de Jaraguá do Sul, a Estação de Integração Santo Estevão, que oferece uma estrutura coberta para bikes e patinetes elétricos, motos e bicicletas, permitindo aos passageiros a integração dos modais.