História de superação de quem venceu o câncer

Curada do câncer há mais de 13 anos, a empresária Patrícia Berns Soares vê na fé e na família os principais pilares para tratamento - Foto: Eduardo Montecino

Por: OCP News Jaraguá do Sul

04/02/2016 - 09:02 - Atualizada em: 07/02/2016 - 13:24

No dia em que descobriu um nódulo na garganta, a empresária Patrícia Berns Soares não tinha ideia do que esperar do futuro. Depois de uma biópsia, a confirmação do câncer de tiroide trouxe medo e insegurança. “Na hora em que descobri, eu só via a morte. Mas, de repente, tudo na vida parecia incrível, um sorvete com a milha filha, uma ida ao parque”, conta ela, emocionada.

Quando fez a cirurgia, Patrícia tinha 14 linfonodos com câncer. “Precisei remover toda a tireoide”, lembra. Abalada, a empresária buscou amparo na família e em Deus. “Ninguém vence sozinho, é preciso ter fé, manter a família próxima e acreditar nos médicos que estão ao seu lado”, diz ela. A fé inabalável permaneceu forte mesmo quando, após certo tempo, alguns exames apareceram alterados.

“Fui a um grupo de oração, acreditei. Quando voltei aos médicos, todos os exames estavam normais. Para mim, foi um milagre, a fé te dá uma esperança que às vezes a ciência não pode dar”, acredita. Hoje, 15 anos após a descoberta do câncer, Patrícia tem o próprio negócio e celebra cada momento ao lado da família. “Depois de curada, recebi o presente de ter minha segunda filha, hoje com dez anos.”

Câncer matou 151 pessoas no ano passado
Durante o ano passado, 151 pessoas morreram por câncer em Jaraguá do Sul, segundo a Secretaria da Saúde do município. O câncer na traqueia, brônquios e pulmões foi o que mais matou, sendo responsável por 23 óbitos (15,23%), seguido pelo câncer de pâncreas, com 15 (9,93%) e o de mama, que totalizou 12 mortes (7,95%). Hoje é celebrado o Dia Mundial do Câncer.

O município realizou 7.462 atendimentos a pacientes com a doença no setor de oncologia do Hospital São José. Foram 6.797 procedimentos com quimioterapia e outros 665 com radioterapia no hospital. Os dados foram divulgados pela própria instituição. Durante o período, foram realizadas 11.653 consultas, sendo 9.771 no setor de oncologia clínica (quimioterapia) e 1.882 no setor de radioterapia. Atualmente, o hospital é responsável por atender dez municípios da região Norte de Santa Catarina, que juntos somam mais de 400 mil habitantes.

De acordo com a administradora da Oncoclínica Jaraguá (responsável pela oncologia clínica do hospital), Olici Pierina Zat, em 2015 foram recebidos em média 20 novos pacientes por mês apenas no setor de quimioterapia do hospital. “São entre 70 e 100 primeiras consultas agendadas por mês”, estima. No ano passado também foram realizados 961 atendimentos de apoio com nutricionista e 599 atendimentos com psicólogos no setor.

Segundo a assessora de oncologia do hospital, Sumie Sakurada da Silva, o principal diferencial do trabalho realizado pela instituição está no atendimento. “Lutamos para que não haja divergência para quem utiliza o sistema público ou convênios. O foco é um atendimento humanizado”, afirma a responsável. Ao todo, o centro cirúrgico do hospital realizou 998 procedimentos e exames oncológicos no ano passado.

Gerda Gaedke encontrou na yoga e no voluntariado uma maneira de lidar com o câncer e recuperar o equilíbrio entre o corpo e a mente - Foto: Piero RagazziGerda Gaedke encontrou na yoga e no voluntariado uma maneira de lidar com o câncer e recuperar o equilíbrio entre o corpo e a mente – Foto: Piero Ragazzi

“Demorou cair a ficha”
Fazia uma semana que a técnica em enfermagem Gerda Gaedke havia se aposentado quando, após um checkup de rotina, descobriu um nódulo em um dos seios. Acostumada a zelar pela saúde dos outros, a primeira reação ao câncer, descrito como maligno e agressivo, foi de surpresa.

“Demorou cair a ficha”, lembra ela. Durante um ano, Gerda lutou contra a doença. Foram inúmeras sessões de radiografia e duas cirurgias. “A segunda cirurgia foi maior, senti mais, mas trouxe também um sentimento diferente. Eu passei a buscar o equilíbrio”, conta ela.

Pouco mais de um ano depois, o que ficou da experiência é a serenidade. “Mesmo nos momentos difíceis, existe algo de bom”, diz ela, de maneira calma e olhar profundo. “Vivemos correndo e pensando nas coisas que temos a fazer, e de repente algo te desperta e te obrigada a pensar”, acredita.

Hoje, Gerda busca uma vida em equilíbrio: com o auxílio da Rede Feminina de Combate ao Câncer, ela encontrou na yoga e no voluntariado uma maneira de ajudar a si e aos outros. “Com doença ou não, a vida segue. Cabe a cada um buscar o melhor. Tudo na vida serve para te ensinar algo”, acredita.

 

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Publicação da Rede OCP de Comunicação