A BR-280 será o centro do debate na próxima segunda-feira durante a reunião do Fórum Parlamentar Catarinense, que acontece em Jaraguá do Sul. A cobrança para a agilidade na duplicação será sustentada pelas lideranças regionais com a apresentação de um estudo elaborado pela Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina) sobre os gargalos da rodovia.
O governo federal deve estar representado pelo diretor geral do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte), Valter Casimiro de Abreu. Josias Sampaio Cavalcanti Júnior representará a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). O superintendente regional do DNIT, Vissilar Pretto, também confirmou presença.
De acordo com o vice-presidente regional da Fiesc, Célio Bayer, foi feito um diagnóstico do fluxo de veículos, pontos de engarrafamento, valor já investido e andamento da obra, além do cálculo de perdas econômicas. “Essa duplicação é uma etapa importante para a logística do que é produzido na região e o que escoa por aqui rumo aos portos. Essa morosidade gera prejuízos”, ressalta Bayer.
Dos R$ 120 milhões previstos para investimento na duplicação da BR-280 este ano, o governo sinalizou a liberação de apenas R$ 31,8 milhões. A confirmação do corte foi de mais de 70% no valor estimado para manter o andamento da obra.
Além disso, a demora já causou reajustes que acrescentavam R$ 98 milhões no valor inicial da duplicação dos trechos 2.1 e 2.2, entre a BR-101 e Jaraguá do Sul, conforme tabela atualizada em janeiro pelo DNIT Santa Catarina. O trecho de São Francisco, orçado inicialmente em R$ 305 milhões, ainda não teve ordem de serviço assinada.
Pública x Privada
O presidente da Acijs, Paulo Mattos, espera que a reunião resulte em um comprometimento do governo em determinar uma solução. Apesar de a União sinalizar o leilão da rodovia, o líder empresarial acredita que o investimento deveria ser público. “Pelo que contribuímos em arrecadação, com tributos, impor mais um ônus não me parece adequado. A União tem o dever de nos dar essa contrapartida. Mas, não tendo possibilidade dessa direção, que seja apontada a alternativa”, disse.
Para o deputado federal e coordenador do Fórum Parlamentar, Mauro Mariani, a concessão é a única saída para garantir a duplicação. “A União tem dificuldade para pagar serviços de saúde, não tem como pagar a obra. Não dá para alimentar outra expectativa, a concessão é o único caminho”, afirmou.
Empresas interessadas em assumir o trecho entre São Francisco do Sul e Porto União têm até o dia 10 de maio para entregar os estudos de concessão. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério dos Transportes, a previsão é que o leilão desse e outras 10 rodovias aconteça ainda este ano.