Presença garantida nas mesas da região Sul durante o outono e o inverno, o pinhão é mais do que uma tradição gastronômica: trata-se de um alimento funcional, com diversos benefícios à saúde. Semente da araucária, o pinhão é rico em fibras, minerais, antioxidantes e gorduras boas, ajudando na saúde do coração, no funcionamento intestinal e até na prevenção de doenças degenerativas.
Com sabor levemente adocicado e textura macia, ele pode ser consumido cozido, assado ou como ingrediente de receitas típicas, como sopas, risotos e doces. Mas seu potencial vai muito além do paladar.
Um superalimento da floresta
Originário da Araucaria angustifolia, espécie nativa do Brasil, o pinhão era parte da alimentação dos povos indígenas e segue valorizado até hoje. As sementes são colhidas entre abril e junho e, segundo especialistas, ajudam a manter a energia do corpo nos meses frios.
Apesar da fama de calórico, o pinhão tem índice glicêmico 23% menor que o do pão branco e pode ser aliado da dieta. Rico em fibras, proporciona saciedade, regula o intestino e evita picos de glicose no sangue, sendo útil até para pessoas com diabetes, desde que consumido com moderação.
Bom para o coração, o intestino e o sistema imunológico
O pinhão contém gorduras insaturadas, incluindo ácidos graxos ômega-6 e ômega-9, que contribuem para a redução do colesterol ruim (LDL) e o aumento do colesterol bom (HDL). Esses efeitos, somados à presença de antioxidantes como a vitamina E, fazem dele um aliado da saúde cardiovascular e da prevenção do envelhecimento celular.
Além disso, a presença de minerais como potássio, cálcio, ferro, magnésio, fósforo e zinco fortalece o sistema imunológico e ajuda a manter o equilíbrio do organismo. O potássio, em especial, atua no controle da pressão arterial.
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Cozinhar o pinhão com casca ajuda a liberar compostos fenólicos com ação antioxidante, que protegem o sangue e o sistema vascular. Os brotos da planta também podem ser consumidos em preparações como picles, reforçando o aproveitamento nutricional do alimento.
Papel ambiental e cultural
Mais do que nutritivo, o pinhão tem valor ambiental e cultural. A araucária é uma espécie ameaçada de extinção, e a valorização do seu fruto ajuda a incentivar práticas sustentáveis e a conservação da vegetação nativa. Ao alimentar roedores, aves e mamíferos silvestres, o pinhão também participa da regeneração da floresta, ao ser espalhado pelos animais.
A Embrapa Florestas, inclusive, realiza pesquisas para caracterizar o valor nutricional do pinhão em diferentes regiões do Sul, com coletas nas florestas nacionais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Sabor que atravessa gerações
Não é por acaso que o pinhão evoca memórias afetivas. Ele está presente em festas juninas, feiras e encontros familiares, sendo um símbolo de acolhimento no frio. Quem visita o Sul do país entre abril e julho dificilmente resiste à tentação de saborear a semente, que pode ser usada até como base de farinha, em substituições mais nutritivas ao trigo.
Entre seus principais benefícios para a saúde, estão:
- Ajuda a controlar o colesterol;
- Contribui para o bom funcionamento intestinal;
- Melhora a imunidade;
- Tem efeito antioxidante e anti-inflamatório;
- Fornece energia com liberação lenta, sem picos de açúcar;
- Tem baixo índice glicêmico e pode auxiliar no controle do peso.
Dica de preparo saudável: prefira cozinhar o pinhão com casca, sem adição de sal, para preservar seus nutrientes. Evite combinações com excesso de gordura ou açúcar, como paçocas e sobremesas pesadas.