Dr. Hugo Oliveira: as diferenças entre o setor público e privado no Brasil no tratamento do câncer

Por: Maria Luiza Venturelli

27/03/2024 - 10:03 - Atualizada em: 27/03/2024 - 10:17

Texto por: Dr. Hugo Oliveira

Enquanto o setor privado retira parte da carga do Sistema Único de Saúde (SUS), as pessoas com acesso a operadoras de saúde privada podem ajudar a descongestionar, reduzir a fila do SUS, que muitas vezes enfrenta problemas de falta de vagas, exames e outros congestionamentos no sistema.

A maior diferença perceptível está na velocidade e no acesso aos atendimentos, exames, procedimentos e tratamentos, o que reduz consideravelmente o tempo de espera no setor privado em comparação ao público.

Para diminuir essa diferença, é necessário investir em infraestrutura e aumentar a disponibilidade de recursos no SUS, de forma a cumprir efetivamente a lei que determina que pacientes com câncer iniciem o tratamento em até 60 dias após o diagnóstico, que no momento não está sendo possível de cumprir na prática.

No setor privado, geralmente o acesso é mais rápido, embora isso não se aplique a todas as operadoras.

A distância entre o setor público e privado aumenta, uma vez que novas tecnologias para diagnóstico e tratamento surgem, sendo mais rápida de ser incorporada no setor privado e o SUS leva mais tempo para aderir essas inovações devido a limitações principalmente econômicas de investimento que viabilizam o acesso às inovações.

O alto custo das novas tecnologias também gera preocupações, pois pode dificultar o acesso a população que necessita. Uma possível solução seria buscar acordos globais para negociação de preços, principalmente com os EUA, que são os maiores compradores de medicamentos.

Por outro lado, o ecossistema para se equilibrar, olhando o ponto de pesquisas, avanço tecnológico deve ser sustentado pelo lucro para financiar novas pesquisas, sendo fundamental que o sistema de saúde seja equilibrado para garantir que a sociedade possa bancar sem quebrar o sistema, um bom senso dentro do ecossistema para funcionar de forma harmônica e tracionada para manter o progresso.

É importante alinhar as expectativas dos pacientes com a realidade do tratamento, considerando se o objetivo é cura, prolongamento da vida ou cuidados paliativos. Os pacientes estão cada vez mais informados e valorizam suas vidas, o que requer uma abordagem sensível e defesa de seus interesses.

Com o aumento alarmante nos casos de câncer, é prudente estarmos nos preparando para lidar com esse aumento, expandindo a capacidade de atendimento e construindo uma retaguarda sólida no sistema de saúde.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam um aumento de 77%, onde nós brasileiros fazemos parte destas estatísticas. Se não agirmos rapidamente, tivermos atitude, a situação pode se tornar ainda mais desafiadora quando o número de pacientes dobrar.

Qual a atitude tomarmos frente a estas informações? O combate é uma responsabilidade nossa, vamos juntos contribuir com a causa junto do INSTITUTO OLIVEIRA.

Instituto Oliveira

O Instituto Oliveira é uma organização sem fins lucrativos sediada na cidade de Joinville. O objetivo do lugar é proporcionar qualidade de vida às pessoas com câncer infantojuvenil. As ações desenvolvidas pelo instituto proporcionam o acolhimento e atendimento global a todos os membros da família do paciente portador da doença.

O instituto enfatiza o foco de desenvolvimento da saúde familiar de maneira integral, auxiliando em todos os processos relativos ao adoecimento, gerenciando os impactos psicossociais que afetam diretamente o psicológico da pessoa com câncer e de seus familiares. O trabalho do local é baseado em princípios e valores cristãos, seguindo sempre o modelo e exemplo de Jesus Cristo.

Dr. Hugo Oliveira

O médico oncologista pediátrico Hugo Martins de Oliveira tem uma história inspiradora: quando menino teve linfoma, foi curado e hoje é médico e cuida de crianças com câncer. Ele fez residência em oncologia pediátrica 15 anos depois no mesmo hospital onde se tratou na infância: o Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, no Paraná.

Hugo sempre sonhou em ser jogador de futebol, mas aos 14 anos descobriu a doença juntamente com um diagnóstico errado em que o médico disse que lhe restavam apenas três meses de vida. Parecia o fim, mas era apenas o seu começo. Durante o tratamento, Hugo decidiu que ia ser médico.