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Dia Mundial de Combate à Tuberculose: um terço da população mundial corre risco de desenvolver a doença

Foto: Eduardo Gomes - ILMD/Fiocruz Amazônia

Por: Priscila Horvat

24/03/2025 - 11:03 - Atualizada em: 24/03/2025 - 11:47

Essa segunda-feira (24) é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, data dedicada à conscientização sobre a prevenção, os sintomas e o tratamento da doença. A data foi criada em 1982 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.

Apesar de ter cura, a tuberculose ainda é endêmica no Brasil e é de fácil transmissão, conforme explica a pneumologista da Santa Casa BH, Michele Andreata:

“A tuberculose pode ser transmitida pela tosse, espirro, fala de pessoas que têm a forma ativa pulmonar. A transmissão geralmente acontece em locais fechados, mal ventilados e com a alta aglomeração de pessoas. Os principais sintomas são tosse persistente por mais de três semanas, com febre, expectoração amarelada, podendo ter rajas de sangue e acompanhado de um suor noturno, com perda de peso inexplicada e uma febre baixa que geralmente passa despercebida, porque ela acontece no final do dia. As populações mais vulneráveis são aquelas com o sistema imunológico comprometido, como as portadoras de Aids e aquelas pessoas consideradas desnutridas. Ou com doenças autoimune. Os locais também com alta aglomeração de pessoas, como asilos e prisões, são locais que geralmente propiciam essa disseminação, que pode aumentar também pela baixa adesão ao tratamento ou abandono do tratamento pelas pessoas já diagnosticadas com a doença”.

Outro motivo para a presença da tuberculose, de acordo com a médica, é o medo do diagnóstico e o abandono do tratamento.

“Está também relacionado à demora no diagnóstico, porque as pessoas demoram e têm medo de serem diagnosticadas com tuberculose. Sendo que o tratamento é totalmente ofertado, e somente é ofertado pelo SUS. As formas mais graves dessa doença podem ser prevenidas com uma medida simples: a vacinação de BCG. Ela é oferecida no SUS e principalmente para os recém-nascidos”.

Segundo o painel “Epidemiologia e Desigualdades – doenças e agravos na população para raça e cor”, do Ministério da Saúde, em 2023, dos 84.593 casos de tuberculose confirmados no Brasil, cerca de 60% foram registrados entre pretos e pardos, enquanto a população branca representou 23,38%. Além disso, a análise do desfecho de tratamento indica que as pessoas pretas e pardas interrompem o tratamento com maior frequência entre os casos novos da doença.

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outras regiões do corpo como o cérebro, a laringe e os ossos.

Segundo a OMS, um terço da população mundial está em risco de desenvolver a doença. Embora seja prevenível e curável, a tuberculose ainda mata cerca de cinco mil pessoas por ano no Brasil.

A transmissão da tuberculose pulmonar é direta, de pessoa a pessoa. Ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotículas de saliva podem ser aspiradas por outro indivíduo e propagar a doença. Cansaço excessivo e febre baixa, geralmente no período da tarde, são alguns dos sinais mais frequentes.

A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves. A melhor forma de prevenir a transmissão é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento o quanto antes e por no mínimo seis meses. Se tiver tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, procure um serviço de saúde.

* Com informações da Agência Brasil

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Priscila Horvat

Jornalista especializada em conteúdo de saúde e puericultura.