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Conquista do Monte Castelo completa 80 anos, e Museu da Paz ajuda a preservar memória de heróis brasileiros

Foto: PMJS/Divulgação

Por: Luana Maia

25/02/2025 - 15:02 - Atualizada em: 25/02/2025 - 15:06

O Museu da Paz, em Jaraguá do Sul, oferece ao visitantes série de atrações históricas que visam a cultura da paz. Uma delas refere-se à histórica tomada de Monte Castelo pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que completou 80 anos na última sexta-feira (21).

A obra, intitulada “Cemitério de Pistóia”, pintada por Brandalize em 1949, registra a história dos bravos expedicionários brasileiros que sacrificaram suas vidas em combate nas montanhas dos Apeninos, na região montanhosa da Itália Central.

Essa foi uma das maiores conquistas da FEB, pois, além de evidenciar a coragem e a determinação dos soldados brasileiros, teve um impacto estratégico decisivo. A vitória nesta batalha não só demonstrou a capacidade de luta da força nacional, como também abriu caminho para o avanço das forças aliadas na Itália, além da continuidade da ofensiva aliada, que, posteriormente, contribuiu para a derrota das forças do Eixo e o fim da Segunda Guerra Mundial.

Situado na região de Perugia, nos Montes Apeninos, o Monte Castelo era um ponto estratégico essencial para que as forças aliadas pudessem avançar em direção a Bolonha, capital da Emilia-Romagna. No entanto, para que os Aliados conseguissem alcançar a cidade, era necessário romper a Linha Gótica, um complexo sistema defensivo alemão composto por fortificações ao longo dos Apeninos. Caso conseguissem superar essa defesa, as forças aliadas teriam acesso à Rota 64, uma estrada crucial para prosseguir com a ofensiva em direção a Bolonha.

Tomar Monte Castelo, no entanto, não foi uma tarefa fácil. O local estava fortemente defendido pelas tropas alemãs que, de suas posições elevadas, podiam observar com facilidade os movimentos dos soldados brasileiros, tornando qualquer tentativa de avanço extremamente arriscada.

As primeiras investidas, realizadas nos dias 24, 25 e 26 de novembro, terminaram em fracasso. Uma quarta tentativa também não obteve sucesso. Em dezembro, as condições pioraram ainda mais com as nevascas e o rigoroso frio do inverno europeu, o que tornava o cenário ainda mais desafiador para os brasileiros.

Os pracinhas se viram forçados a se abrigar nas fox holes (tocas de raposa), buracos cavados no solo pedregoso. Além do fogo constante dos atiradores alemães, enfrentavam o frio intenso, a chuva, a fome, doenças e o risco de sofrerem congelamento nos pés, o que poderia resultar em gangrena e amputações. A resistência e a determinação dos soldados brasileiros, no entanto, permaneceram inabaláveis diante das adversidades.

Além do fogo incessante, os combatentes da FEB também enfrentaram a falta de um treinamento adequado para o combate em terreno montanhoso. Não havia preparação específica para enfrentar as dificuldades de um terreno elevado, o que tornava a batalha ainda mais árdua e desafiadora. Nesse cenário, a coragem, a adaptação e a disciplina foram fundamentais. Embora o treinamento fosse improvisado, os soldados brasileiros conseguiram superar as dificuldades do terreno e das condições adversas, rompendo a linha de defesa alemã e, finalmente, tomando Monte Castelo.

Em fevereiro de 1945, com o fim do inverno, uma nova operação foi lançada. Em um esforço conjunto com a 10ª Divisão de Montanha do Exército Americano, as forças brasileiras realizaram um ataque decisivo. Após semanas de intensos combates e grandes sacrifícios, a vitória brasileira foi finalmente alcançada em 21 de fevereiro de 1945, marcando uma conquista crucial na campanha italiana.

Hoje, nos 80 anos desse importante marco, a Batalha de Monte Castelo é lembrada como um dos episódios mais significativos da história militar brasileira. O tornou-se um símbolo da coragem, do sacrifício e da determinação dos soldados brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial e continua a ser celebrado como um testemunho do heroísmo e da dedicação das tropas brasileiras durante esse conflito histórico.

Em tempos atuais, marcados pelo crescente ressurgimento de posturas extremistas e antidemocráticas no cenário global, é fundamental ressignificar essa narrativa, lembrando o exemplo de nossos 25.334 heróis da FEB, que cumpriram com honra e bravura a missão que lhes foi confiada. Eles lutaram pelos ideais de liberdade, justiça e paz mundial, e seu legado continua a ser um farol de resistência aos desafios contemporâneos à democracia e aos direitos humanos.

O Museu da Paz cumpre sua missão ao preservar e transmitir o conhecimento sobre a Força Expedicionária Brasileira, garantindo que a memória de seus feitos seja perpetuada. Ao celebrar a história da FEB, o museu também promove os ideais de paz, mantendo viva a importância de seu legado e o exemplo de coragem e dedicação dos soldados brasileiros.

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Luana Maia

Acadêmica de jornalismo e estagiária do OCP News