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Conheça os impactos do álcool no cérebro

Foto: Freepik

Por: Priscila Horvat

13/02/2025 - 14:02 - Atualizada em: 13/02/2025 - 14:24

Visão turva e fala arrastada são características comuns em decorrência da embriaguez. Porém, muitas pessoas acreditam que não sofrem esses males por beberem “socialmente”, ou apenas de vez em quando, como em alguma festa, de forma ocasional. Com o passar dos anos (e dos goles), a tendência é que as pessoas se tornem mais ‘resistentes’ aos efeitos da bebida e, quando percebem, já podem estar dependentes do álcool.

De acordo com a neurocientista da BrainEstar, Drª Emily Pires, apesar de ser uma substância socialmente aceita e consumida em diversos contextos, o álcool em excesso pode causar uma série de consequências para o sistema nervoso central e gerar danos cerebrais graves e irreversíveis.

“O álcool atua como depressor do sistema nervoso central, afetando a comunicação entre os neurônios. Isso resulta em uma série de danos ao córtex pré-frontal, colaborando para a destruição de células nervosas, problemas de memória e dificuldades motoras, além das alterações no equilíbrio emocional e os famosos ‘apagões’, onde o indivíduo não se recorda de eventos ocorridos durante a intoxicação”, pontua a especialista, acrescentando que existem alguns fatores neurológicos que podem contribuir significativamente para o desenvolvimento da dependência alcoólica.

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“O álcool interfere no sistema de recompensa do cérebro, especialmente na via mesolímbica, que envolve a liberação de dopamina. Essa alteração aumenta a ‘saliência’ do álcool, fazendo com que o cérebro o perceba como altamente reforçador, o que pode levar à dependência. O consumo crônico de álcool pode causar danos permanentes ao cérebro, como a Síndrome de Wernicke-Korsakoff, demência alcoólica e até mesmo alterações estruturais na redução do volume cerebral e danos à substância branca, comprometendo a comunicação neural”, explica.

Segundo a especialista, uma das formas de impedir o consumo excessivo de álcool de forma não invasiva e sem o uso de medicamentos é através da técnica do Neurofeedback.

“Com o Neurofeedback conseguimos realizar o diagnóstico dos padrões disfuncionais da atividade cerebral e então definir um plano de tratamento personalizado com sessões de treino. Durante o tratamento, o paciente recebe estímulos visuais e auditivos quando o cérebro atinge o padrão desejado. O feedback positivo ajuda o cérebro a se ajustar e a se aproximar de um padrão saudável.

Estudos indicam que ele pode reduzir os desejos por álcool e melhorar o controle dos impulsos, auxiliando no tratamento do alcoolismo”, comenta Emily Pires.

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Priscila Horvat

Jornalista especializada em conteúdo de saúde e puericultura.