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Concerto das Nações traz Rússia e Ucrânia para o palco do Femusc

Foto: Diego Redel/WeArt

Por: Elisângela Pezzutti

17/01/2023 - 16:01 - Atualizada em: 17/01/2023 - 18:23

O Concerto das Nações é um dos pontos altos do Festival Internacional de Música de Santa Catarina (Femusc). Nesta 18ª edição do evento, o espetáculo realizado na noite de segunda-feira (16), no Grande Teatro da Scar, reuniu representantes do Brasil, com a cantora Karinah interpretando músicas das sambistas Ivone Lara e Clara Nunes, da Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Venezuela, Rússia e Ucrânia, provando que se a guerra separa (Rússia e Ucrânia estão em guerra desde o início de 2022), a arte, em especial a música, contribui para a união e confraternização entre os povos.

No Concerto das Nações deste ano, subiram ao palco juntas a soprano Anastasia Pogorelova, a pianista Kristina Meliukhina e a oboísta Aglaia Golubeva, mais conhecida como Glasha (Rússia), e a violinista Margaryta Opsychuk (Ucrânia). Elas apresentaram uma canção russa baseada no poema “Olhos Negros”, do poeta e escritor ucraniano Evgeny Pavlovich Grebinka. A última apresentação do Concerto das Nações reuniu todos os participantes da noite, que juntos apresentaram a música mundialmente conhecida “We are the World”, composta em 1985, por Michael Jackson e ‎Lionel Richie.

Ao final da apresentação, a reportagem do OCP conversou com as quatro musicistas, que contaram um pouco sobre as suas vidas e impressões sobre o Femusc.

Foto: Diego Redel/We Art

Segunda participação no Femusc

A violinista ucraniana Margaryta Opsychuk, que também toca piano, atualmente mora em Montreal, no Canadá, junto com a família que imigrou para lá. Ela contou que esta é a sua segunda vez no Femusc e que sua primeira participação foi em 2018.

“Eu fiquei impressionada de ver tanta gente de tantos lugares em um só lugar. Bem, a Scar é um prédio grande, mas com todas as pessoas aqui chega a parecer pequeno, eu fiquei muito surpresa”, declarou.

“Sorrisos, mentes abertas, amizade e amor pela música”

A soprano Anastasia Pogorelova, que participa do Femusc pela primeira vez, declarou que sua primeira impressão do festival foi de “muitos sorrisos, mentes abertas e amizade, de muito amor pela música”. Ela também mora no Canadá, junto com o marido, e conta que já participou de alguns festivais, mas nenhum deles com a diversidade do Femusc, que apresenta até shows de ópera. Além de ser cantora profissional, Anastasia dá aulas de piano, toca violão e “brinca” de tocar guitarra.

Ela revelou que, por questões diplomáticas entre países relacionadas à guerra (o Canadá defende a Ucrânia), não vê sua mãe, que vive na Rússia, há um ano e meio, e que a mãe virá ao Brasil durante o Femusc para que as duas possam se encontrar.

Foto: Diego Redel/We Art

“Somos todos irmãos!”

A pianista Kristina Meliukhina, casada com um músico da Venezuela, atualmente mora no Paraguai e também participa do Femusc pela primeira vez. Em espanhol, ela comentou que a escolha da música “Olhos Negros” foi porque ela representa as duas culturas: a russa e a ucraniana. Sobre a guerra entre os dois países ela declarou que “política é política, e gente é gente. Somos todos irmãos!”.

Musicista viajou sozinha da Rússia até o Brasil

A musicista Aglaia Golubeva, que toca o oboé moderno e o oboé barroco, veio sozinha de Moscou para o Brasil, via Istambul. Ela contou que da cidade turca até São Paulo foram 14 horas de viagem. “Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, hoje é quase impossível viajar, então foi um milagre poder vir para cá. Podemos dizer que o Femusc fez isso acontecer”, afirma.

O maestro e idealizador do festival, Alex Klein, que também é oboísta, destacou que ao olharmos para as nossas diferenças, nós percebemos que, no fundo, somos todos iguais. “Nós não somos ninguém sem as nossas raízes. A ideia não é tomar partido, a ideia é a música ficar acima da guerra. A união, a música e a paz são superiores à guerra. Então, se elas podem subir nesse palco, e juntas cantarem com amor, nós podemos fazer um mundo melhor”, declarou.

Foto: Diego Redel/We Art

Programação

Nesta terça-feira (17) seguem as apresentações do Femusc, com a série Grandes Concertos, que acontece no Grande Teatro, sempre às 20h30. O Femusc 2023 vai até o dia 28 de janeiro, em Jaraguá do Sul, com aproximadamente 200 apresentações nos teatros da Scar e também em alguns pontos da cidade, como no shopping, em hospitais e lares de idosos. Os concertos são todos gratuitos, mediante retirada antecipada de ingressos. Eles são disponibilizados sempre 48 horas antes do espetáculo, na secretaria da Scar.

As atrações principais são transmitidas ao vivo, em alta definição e ficam disponíveis no canal do YouTube : https://www.youtube.com/user/institutofemusc.

O Femusc acontece, anualmente em Jaraguá do Sul e em 2023 chega à sua 18ª edição. O evento acontece entre 8 e 28 de janeiro. Considerado o maior festival-escola da América Latina, reúne alunos de todo o mundo que, em aulas e concertos, podem dividir o palco com alguns dos professores mais virtuosos da atualidade. Saiba mais acessando www.femusc.com.br.

Serviço:
18º Femusc
De 8 a 28 de janeiro de 2023
Local: Centro Cultural Scar, em Jaraguá do Sul (SC), e em diversos espaços da cidade.

Informações: [email protected]

 

 

 

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Elisângela Pezzutti

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.