A meta de universalizar o acesso à água e ao esgoto no Brasil até 2033, prevista no novo marco legal do saneamento, ainda enfrenta grandes obstáculos. O alerta foi feito por especialistas durante debate promovido pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (10).
Segundo André Machado, do Instituto Trata Brasil, apesar do aumento dos investimentos, o país praticamente não avançou nos últimos cinco anos em indicadores como abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto.
De acordo com a entidade, o investimento atual em saneamento básico é de R$ 144 por pessoa ao ano — valor considerado insuficiente. Para alcançar a meta estabelecida pelo governo federal, o ideal seria investir R$ 231 por pessoa anualmente.
O deputado Pedro Campos (PSB-PE) destacou que o ritmo lento de avanço é agravado pelas desigualdades regionais, sobretudo no Norte e no Nordeste, onde o déficit de atendimento é mais severo.
Já o secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leonardo Picciani, afirmou que a fixação da meta para 2033 é uma forma de pressionar governos e empresas a buscarem soluções. Ele reconheceu, no entanto, que o país ficou cerca de sete anos com investimentos em queda, entre 2015 e 2022.
“Evidentemente que há um déficit de investimentos. Então é necessário cada vez mais crescer esse investimento”, disse.
Segundo o Instituto Trata Brasil, atualmente mais de 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável, cerca de 90 milhões não têm coleta de esgoto e apenas 52,2% do esgoto gerado no país é tratado.
* Com informações da Agência Brasil