Bar jaraguaense cria código para proteger mulheres em situação de perigo ou violência

Por: Guilherme Mélo

27/04/2019 - 05:04

Entre janeiro e agosto de 2018, último dado disponível no painel de dados estatísticos da Secretaria de Segurança de Santa Catarina, foram notificados 50 estupros consumados e 12 tentados contra mulheres em Jaraguá do Sul, além de 265 casos de lesão corporal.

Pensando no bem estar e proteção de suas clientes, um bar de Jaraguá do Sul instituiu um código para que mulheres em situação de perigo possam alertar os atendentes, que podem auxiliar a vítima.

De acordo com Kather Gabriel da Roza, um dos sócios do estabelecimento, toda equipe foi instruída sobre como agir.

“Todos os atendentes de pedidos tem conhecimento do código. Para identificá-los é só observar quais tem tablets nas mãos”, indica o empresário.

Ao receberem o pedido de um drink específico o procedimento é ativado. O primeiro passo é perceber o estado emocional e acalmar a vítima, retirando ela do local se necessário.

“Ao acalma-la iremos perguntar como ela gostaria de agir, se chamamos um Uber, um táxi, se ela prefere que um segurança acompanhe ao seu carro ou até mesmo se necessário, chamar a polícia”, explica Kather.

O código foi criado como uma das ações do estabelecimento para o Dia Internacional da Mulher, em março.

“A divulgação aconteceu de forma sutil. Após vários elogios femininos, fomos fortalecendo a ideia cada vez mais aos colaboradores”, acrescenta.

 

Ações para combater a violência são positivas, diz PM

Para o coordenador da Rede Catarina de Proteção à Mulher no 14º Batalhão de Polícia Militar, major Aires Volnei Pilonetto, toda iniciativa que possibilite a segurança das pessoas contribui para a comunidade.

“Em uma situação que você se sente ameaçada, se pessoa tomar uma iniciativa, ela pode ser positiva, pois vai tirar ela dessa situação que pode eventualmente se tornar um risco”, ressalta o Major.

Pilonetto diz que a Polícia Militar não foi consultada sobre a iniciativa, mas aprova a ideia. “Numa primeira análise essa ação é positiva, pois sabemos que as mulheres têm sido vítima de violência”, destaca.

Apesar da sensibilização causada pela campanha, Kather comemora o fato de, quase dois meses depois, ninguém ter feito esse pedido.

“Felizmente até o momento nunca aconteceu do código ser ativado, mas estamos sempre atentos caso aconteça, para oferecer toda segurança e acolher a pessoa”, finaliza o empresário.

 

 

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