A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Jaraguá do Sul, completou este mês 50 anos de fundação. A entidade sem fins lucrativos, atende 783 alunos, entre crianças, adolescentes, adultos até a terceira idade.
Atuando nas áreas de assistência social, educação e saúde, a Apae oferece serviços, programas e projetos que garantem a oportunidade de convívio dos alunos para fortalecer os laços familiares e sociais.
A história da entidade
Fundada em 12 de julho de 1973 por Tereza Regina, a primeira presidente da Apae em conjunto com o Lions Club, a entidade surgiu com a nobre missão de proporcionar uma educação de qualidade para crianças com deficiência.
Tereza, motivada pelo desejo de oferecer as melhores oportunidades de aprendizado para sua filha, que nasceu com Síndrome de Down, viu a necessidade de estender esse apoio a outras crianças que também apresentavam alguma deficiência na comunidade.
A atual diretora da Apae , Priscila Lorentz Muller, conta que o começo foi muito difícil, em uma época em que a sociedade não aceitava as deficiências das pessoas e não havia espaço para elas na comunidade.
“Essa história começou com muita dor, com muita dificuldade. Os filhos eram escondidos dentro de casa, não eram apresentados para a sociedade. Mas, a dona Terezinha, tinha um olhar diferente para isso e começou a buscar outras formas de educação para essas crianças”, conta Priscila.
A movimentação pela criação de uma Apae, levou imediatamente um rol de apoiadores que passaram a trabalhar com dedicação. A primeira estrutura de trabalho da entidade teve como Presidente Teresa Maria Rubini Nicoluzzi, vice-presidente Leônida da Silva Moretti, secretário geral Horst Stein, secretário José Bahia, tesoureiro José Gonçalves de Oliveira e 2º tesoureiro Alexander Georg Otsa.
Em 1979, começou a primeira equipe de atendimento clínico na entidade. O grupo era formado por um médico, um psicólogo e um fisioterapeuta, que ajudavam no início da primeira oficina de trabalho. Já no ano de 1999, foi inaugurada a sede atual com 5.138 m², localizada na Rua Benildo Zamin, no bairro Centenário.
Inclusão no mercado de trabalho
A Apae busca desenvolver ações de proteção social que viabilizem a promoção do protagonismo, ajudando os alunos na mediação do acesso ao mundo do trabalho.
“Temos mais de 120 pessoas inseridas no mercado de trabalho. E continuamos dando essa assessoria, porque além de prepará-los, nós buscamos assessorar a empresa onde eles estarão trabalhando. É muito legal ver os familiares acreditando nessa potencialidade”, conta a diretora.
Voluntariado
Atuam na Apae, em média, 200 voluntários todo ano. Há pessoas que vêm toda semana para auxiliar em algum serviço, enquanto outras vêm mensalmente. Além disso, existem 33 voluntários na equipe diretiva, que fazem parte do conselho fiscal.
Além do voluntariado, a entidade recebe doaçõesda comunidade por meio da fatura de água e energia elétrica. Para participar, é necessário preencher o formulário autorizando a doação, com os dados do titular da conta. Após o preenchimento, basta tirar uma foto e enviar para o WhatsApp da entidade (47) 99187-8570 ou depositar nas urnas disponíveis nos pontos de coleta localizados na Apae, Giassi Supermercados e Postos Mime.
Conquistas
Ao longo dos anos de atuação, a Apae conquistou marcos importantes, como a primeira participação nos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc), em 2006, quando a aluna Rosane Telles conquistou a primeira medalha no atletismo. Em 2009, o grupo de dança com cadeirantes se apresentou pela primeira vez no Festival Jaraguá em Dança e no Festival de Dança de Blumenau.
Com a dedicação e esforço do Grupo Renascer, formado pelos pais dos alunos com Síndrome de Down, no ano de 2016, a Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, aprovou a inclusão da “Semana Down: Um Abraço”, no calendário oficial de eventos do município.
Desde a sua fundação, muitas transformações foram acontecendo na Apae. Em 2022, ocorreu a inauguração do Centro de Avaliação e Diagnóstico Integralis, também teve a inauguração da Unidade II, localizado no bairro Chico de Paula, que atendem 250 pessoas e seus cuidadores. Além disso, também houve a ampliação dos serviços de arte e cultura com a construção do Centro Cultural.
“É uma experiência única trabalhar na Apae. É recompensador ver aquele bebê que chegou aqui e não conseguia andar e agora corre pelo nosso pátio. Estamos sempre buscando melhorar, as vezes queremos abraçar o mundo, mas nossos braços são pequenos, então tem todo um trabalho de planejamento para que conseguimos executar o melhor”, diz a diretora.
Embora o desejo de fazer ainda mais seja imenso, a diretora sabe da importância do planejamento e da organização para tornar cada projeto possível. Nesses 50 anos de atuação, a Apae é movida pela determinação de oferecer sempre o melhor cuidado, a melhor educação e as melhores oportunidades para os seus alunos.