“Vereadores fazem um minuto de silêncio e pedem intervenção militar”

Vereador Marcelindo Gruner (PTB) alerta para uso de remédios em excesso | Foto: Divulgação / CMJS

Por: Elissandro Sutil

30/05/2018 - 06:05 - Atualizada em: 30/05/2018 - 08:38

Com o Brasil pegando fogo, os prejuízos para economia se multiplicando e os oportunistas se reproduzindo, a Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul decidiu fazer na sessão desta terça-feira um minuto de silêncio pelos caminhoneiros. O pedido partiu de Marcelindo Gruner (PTB), que justificou a iniciativa citando a dificuldade por qual passam os “irmãos” caminhoneiros.

Depois, Gruner criticou a alta carga tributária que afeta toda a população e disse que a intervenção militar seria a melhor solução ao país. “Eu sou a favor da intervenção militar por mais que muita gente confunda o que é intervenção o que é regime militar, mas nós temos que dar um ponto (?) nesse país (…) ao menos tentar começar novamente”.

Em seguida, Gruner foi parabenizado por Jackson Ávila (MDB) e por Jaime Negherbon (PMDB) – os dois do partido do presidente Michel Temer. Negherbon também defendeu a tese da intervenção. “Que venha a intervenção para dar um jeito nesse país”.

O que temos visto nos últimos dias é um aumento do número de políticos pedindo uma solução que até agora eles próprios não quiseram encontrar e pelo jeito muitos deles nem acreditam ser capaz.

O contraponto foi feito por Celestino Gruner (PP), que também manifestou solidariedade aos caminhoneiros e aos protestos, mas disse que a mudança deve ser feita na urna. “Tem que fazer uma limpa nesse desgoverno. E essa limpa só vai acontecer em outubro. Só espero que a comunidade que foi para as ruas e os caminhoneiros lembrem disso”.

Aumento de vaga na Câmara?

No site da Câmara ainda não há nenhum projeto, mas na sessão os vereadores Jackson Ávila (MDB) e Arlindo Rincos (PSD) se adiantaram e foram à tribuna para dizer que vão votar contra a criação de mais cargos no Legislativo. O projeto seria de autoria da Mesa Diretora. Nos bastidores, fala-se em reforma administrativa, com duas vagas para concursados e três novos cargos comissionados. “Não tem mais espaço hoje para gente criar cabide de emprego dentro de órgão público. Nossos impostos são altos em função desse inchaço da máquina”, disse Rincos.

Protesto em Corupá

A capital da banana teve ‘tratoraço’ ontem. O protesto foi organizado pela Aciac em parceria com a CDL, que fechou as lojas durante a tarde. Além da queda no preço dos combustíveis, o movimento pediu um basta à corrupção e levantou bandeiras em favor das reformas tributária e política.

Entidades pedem fim da paralisação

Pedindo o fim da paralisação dos caminhoneiros, a Federação Catarinense dos Municípios alertou para os sérios sinais de desaceleração e das dramáticas consequências aos municípios e aos cidadãos.

Em nota oficial, a entidade disse que o movimento é legítimo e já pode se considerar vitorioso, entretanto, pediu prudência e bom senso rejeitando qualquer flerte com saídas antidemocráticas, como os pedidos de intervenção militar.

A queda na movimentação de ICMS chegou a 33% nos dois dias úteis medidos. E a Federação Catarinense das Associações Empresariais, que inicialmente apoiou a paralisação, ontem emitiu nota repudiando as infiltrações e conclamando os empreendedores a voltar ao trabalho.

Financiamento coletivo

Por enquanto, apenas oito candidatos às eleições de outubro em Santa Catarina abriram perfil na plataforma apoia.org, que permite o financiamento coletivo das eleições. Na região, somente Leandro Schmöckel Gonçalves, do Novo, aparece. O recordista de arrecadação até agora é Leonardo Sechi, do PSB de Chapecó, com 35 doadores diferentes.

Em Foco

  • Aliados de Nilson Bylaardt dizem que ele não gostou nada da declaração do prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli (MDB), que o deixou de fora da lista dos deputados que devem representar a região na próxima legislatura. Mas Bylaardt não tem conseguido ser unanimidade nem em Guaramirim;
  • Coerência é artigo raro na política. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Ronaldo Fonseca (MDB), empossado esta semana, já pediu publicamente a renúncia do presidente Michel Temer (MDB) do cargo;
  • Um dia após a divulgação das gravações da delação de Joesley Batista, Fonseca, que era um dos aliados de Eduardo Cunha, foi ao Twitter para pedir a saída do emedebista: “Se Temer não renunciar, a economia vira pó”.  Quanta mudança!