Solução para o elevador da discórdia funcionar

Por: OCP News Jaraguá do Sul

16/07/2017 - 11:07 - Atualizada em: 16/07/2017 - 11:29

Em tempos de crise, mais do que nunca nos agarramos a cada centavo ganhado. E, claro, na hora de gastar, a balança das preferências sempre pesa mais para um lado que para outro. Internet e Netflix acabam tendo mais peso do que a contratação de uma diarista, por exemplo, ou separar uma verbinha pro churras de domingo é mais prazeroso do que pagar condomínio. Aliás, quase tudo pesa mais que o condomínio na balança das preferências. E o condomínio, por sua vez, acaba pesando mais… no bolso.

E morador tem sexto sentido com relação aos gastos prediais. É chegar na garagem e ver o carro de uma companhia qualquer de reparos para arrepiar os cabelos. Sabe que virá uns reais a mais no boleto do dia 5.
No prédio de Astolfo não era diferente. A cada lâmpada queimada, um protesto quase se levantava pelos moradores mais exaltados.

E o elevador do edifício, ultimamente, é que estava sendo o motivo do bafafá, da discórdia. Virava e mexia, aparecia a plaquinha de “manutenção” na porta do dito cujo. Na garagem, o carro de manutenção. Nas escadas, morador nervoso. Ter de pagar mais reparo e ainda descer sete andares pela escada não estava sendo fácil.

Dona Istela, uma daquelas mulheres que usa salto agulha o dia inteiro dentro de casa, contribuindo para a dor de cabeça do morador de baixo, fica indignadíssima. Na verdade, todos estavam. Chamaram uma extraordinária e exigiram providências ao síndico. Não iriam mais pagar reparos toda semana. Alguns até sugeriram abrir uma investigação para saber se o síndico não estava levando um “por fora” da empresa de elevadores.

Para dar um basta no assunto, contrataram diversos tipos de consultores para detectar o problema. Afinal, já tinham trocado todos os cabos e peças possíveis e o problema persistia. Toda semana o zelador corria salvar uma leva de moradores presos entre um andar e outro.

Foi difícil solucionar o mistério. Não se achava uma resposta. Para desespero de alguns moradores, já se levantava a hipótese de trocar o elevador inteiro. Mas, não foi preciso. A resposta não veio de engenheiros ou dos técnicos. Veio do Carlinhos, um personal trainer que ali morava. “Tem que diminuir a carga. Reduz de oito para cinco a capacidade do elevador”.

Não é que deu certo? Todos atentavam apenas para a capacidade máxima em pessoas, oito. Nunca perceberam que o peso médio dos moradores havia subido. Acabou o problema e, de quebra, o Carlinhos fechou uma nova turma na academia do prédio.