Por Nelson Luiz Pereira_conselheiro editorial do OCP
Nos encontramos no auge da pandemia, com baixo poder de reação ao inimigo, somando-se a isso, o vagaroso processo de imunização. A situação é crítica e isso é fato.
Quaisquer decisões emocionalmente precipitadas nesse momento, só aprofundarão a crise. Diante deste caos, o Ministério Público (MP-SC) e a Defensoria Pública (DP-SC) cobram do governo de Santa Catarina, a adoção de um temporário lockdown.
De antemão, é importante salientar, que respectiva intenção, origina-se de órgãos que não geram recursos, mas apenas consomem. Esta possibilidade de medida extrema, tem intensificado a já dividida sociedade, cuja polarização, em nada ajuda.
A pandemia que se estende por um ano, já demonstrou que a tensão da sociedade brasileira está, tanto no lado de quem perde vidas, como no de quem perde negócios, empregos e renda.
Óbvio que a vida sempre será mais importante, porém, não se pode ignorar que são realidades interdependentes. Os dois lados coexistem.
Reafirmamos que, como centenário veículo de comunicação, fortemente inserido na comunidade regional, somos solidários com todos aqueles que perderam seus entes queridos, bem como, com todos aqueles que perdem suas bases de sustento.
Por isso, entendemos que antes de uma medida extrema de lockdown, deverá haver, por parte do Estado, efetiva presença e atuação em amparo emergencial, e em garantir disciplina e fiscalização no tocante ao cumprimento dos protocolos de segurança.
Também é fato inconteste que numa guerra todos pagam um preço, todos cortam na carne, todos perdem. Esta é a primeira guerra mundial que o Brasil participa efetivamente desde o início, na qual um só lado vem perdendo.
Entre a sociedade civil e o poder público, qualquer cidadão brasileiro sabe qual desses lados está amargando os prejuízos dessa devastadora guerra.