Quem convive com um pet sabe: basta um olhar para perceber quando algo não vai bem. Eles parecem entender nossos silêncios, pressentir nossas tristezas e compartilhar nossas alegrias. Mas será que os cães e gatos realmente sentem o que sentimos — ou é apenas uma impressão afetiva dos tutores?
A ciência tem respondido: sim, eles sentem. E muito.
Pesquisas recentes em comportamento animal e neurociência mostram que os pets possuem estruturas cerebrais semelhantes às nossas para processar emoções. Cães, por exemplo, têm respostas hormonais associadas à empatia — o nível de ocitocina, conhecido como “hormônio do amor”, aumenta tanto neles quanto em nós durante interações afetuosas. Já os gatos, embora mais sutis, demonstram essa conexão por meio de mudanças no comportamento, vocalização e proximidade física, especialmente quando percebem alterações no humor de seus tutores.
Eles leem o tom de voz, postura corporal e expressões faciais com uma sensibilidade surpreendente. Um tutor ansioso, irritado ou triste transmite sinais claros para o animal, que reage tentando consolar, se afastando ou se tornando mais carente. Em muitos casos, cães e gatos podem até manifestar sintomas psicossomáticos, como falta de apetite, lambedura excessiva e apatia — reflexos diretos do ambiente emocional em que vivem.
Por isso, cuidar do seu bem-estar também é uma forma de cuidar do seu pet. Um lar tranquilo, com rotinas previsíveis e afeto equilibrado, contribui para a saúde emocional dos animais. Pequenos gestos — como manter o tom de voz calmo, reservar tempo de qualidade juntos e evitar punições — ajudam o pet a se sentir seguro e amado.
Afinal, eles não falam a nossa língua, mas compreendem a nossa energia. E talvez por isso sejam os melhores espelhos do que sentimos por dentro. Quando um cão deita sobre o peito do tutor em um dia difícil ou um gato escolhe o colo silenciosamente na hora certa, é como se dissessem:
“Eu estou aqui. Eu te sinto.”
