Pelos assuntos dezembrinos

Por: OCP News Jaraguá do Sul

03/12/2016 - 11:12 - Atualizada em: 03/12/2016 - 11:30

Há três semanas, publiquei uma crônica fazendo uma breve retrospectiva de 2016. Ingenuamente pensei que já teria um bom material para tal assunto e, depois de me livrar da revisão anual quase que obrigatória, poderia me sentir, oficialmente, no ritmo de fim de ano. Fazer crônicas sobre o caos do verão, limpeza de casa de praia, vendedor de churros, peru de natal, falta de água no litoral, enfim, os clássicos assuntos dezembrinos.

Mas, não é que nesses últimos dias, o Fidel inventa de morrer, o Senado vota a PEC 55 e, naquela escura noite, a Câmara vota um pacote anticorrupção com alterações? Inclusive, não importasse o blog, jornal, revista ou página do Facebook que desse a notícia, o importante era usar o termo “na calada da noite”. Eu cheguei fazer uma aposta comigo mesmo: “Quer ver que a Claudia Ohana vai aparecer em algum programa de televisão cantando: Calada da noite preta?”, afinal ela era a mulher do Vamp e tentou até cantar Nevermind esses dias…

Além de tudo, ainda temos o grande choque que foi a queda do avião da Chapecoense. Tristeza sem tamanho para a cidade, o Estado, o país e, principalmente, para as famílias das pessoas que estavam naquele avião. Repostei um meme, essa semana, que dizia assim: “Quando 2016 acabar, aparecerá um grande letreiro no céu: Escrito e dirigido por Quentin Tarantino”. Olha, deve ser mesmo, esse ano tá parecendo mesmo a sequência de algum filme dele. Dizem por aí que ele só fez o filme Os Oito Odiados porque ficou sem verba para fazer o filme no Brasil, com algumas centenas de odiados na Câmara de Deputados. E, logo após a série de escândalos políticos, choveu na timeline convites para estar presente no domingo, às 15 horas, protestando contra isso tudo.

Até sugiro aos organizadores que criem uma “pauta do dia”, pois vão aparecer cartazes sobre inúmeros assuntos, tipo: Contra aborto, a favor do aborto, contra PEC 55, contra corrupção, contra PT, pedindo intervenção militar, dizendo que o Sul é um país, apoiando o Sérgio Moro, pedindo “filma eu, Galvão”… Enfim, não sei quantas pessoas irão, mas uma coisa posso garantir: A Carla Perez não vai. Por que domingo ela não vai. Senhores leitores, me desculpem, sei que matei, cremei e espalhei as cinzas dessa crônica no Atlântico com essa piadinha tosca, mas, juro, foi mais forte que eu.

Uma coisa é certa, não se pode fazer como o Tiririca, dizendo: “Vote no Tiririca, pior do que está, não fica!”, pois ficou e, do jeito que está, não sabemos quando vai melhorar. Só torço para que, em breve, tudo volte aos eixos e possamos, enfim, falar sobre os assuntos dignos de natal. Aqueles assuntos dezembrinos, com descontração, um ritmo festivo e um sentimento real de ano novo. De que daremos conta do ano novo.