Caros leitores, nesta semana o assunto será o ronco. De alta prevalência na população, atinge 30% a 40% dos adultos, sendo mais frequente em homens. Em pessoas acima de 60 anos esse índice aumenta para 50%, onde as mulheres se igualam aos homens após a menopausa.
O ronco é ocasionado pela obstrução parcial das vias aéreas superiores, que pode ser pelo fechamento das paredes da faringe (devido à perda do tônus induzido pelo repouso ou perda de elasticidade que ocorre devido à idade); decorrente de uma obstrução nasal (aumento da produção de muco, desvio de septo, rinites, sinusites, pólipos nasais); aumento das amígdalas e adenóides; ganho de massa na região do pescoço; macroglossia (crescimento anormal da língua), alterações nos ossos da face entre outros fatores.
Durante o sono de um roncador, os músculos ficam todos relaxados e ocorre um colabamento das paredes da faringe com a base da língua, ocorre hipoxemia (baixo nível de oxigênio no sangue) e hipercapnia (aumento de gás carbônico no sangue), o que termina em esforço respiratório e faz a pessoa despertar, restabelecendo a respiração.
O ar encontra resistência à sua passagem e ao passar pela língua, úvula e amígdalas, vibram ocasionando um barulho desagradável e com efeitos negativos na vida pessoal. Segundo estudos, o ronco é a terceira maior causa de divórcio entre casais.
O ronco geralmente é a manifestação inicial de um problema mais sério que é a apneia do sono, caracterizado por episódios repetitivos de pausas na respiração ou períodos de respiração muito profunda durante o sono, ocorrendo várias vezes por noite, podendo levar de segundos a um minuto.
O exame de eleição para se diagnosticar os Distúrbios do Sono é a polissonografia. É considerada pela Academia Americana de Medicina do Sono, AASM, o método diagnóstico “padrão-ouro”.
Alguns sinais e sintomas de noites mal dormidas são: irritação e depressão; pressão alta e freqüência cardíaca desregulada; dores de cabeça, principalmente pela manhã; cansaço e sonolência durante o dia; obesidade e diabete.
O tratamento se baseia em:
- Intervenção conservadora/comportamental: perder peso, evitar consumo de bebidas alcoólicas, parar de fumar, dormir de lado, evitar sedativos, tratamento decorrentes de obstrução nasal e orientação sobre higiene do sono;
- Dispositivos para ajudar a respirar: CPAP (ventilação por pressão positiva contínua) e aparelhos intra orais (AIO);
- Intervenção cirúrgica para alguns casos;
- A odontologia do sono tem uma papel importante atuando com aparelhos intra orais, melhorando a estabilidade das vias aéreas superiores, aumentando o espaço para a passagem de ar à medida que posicionamos a língua e a mandíbula para frente, reduzindo os episódios de ronco e apneia.
Dra. Kellyn Rengel Bertoldi
Cursando especialização em DTM e Dor Orofacial na Universidade Tuiuti – PR. Graduou-se na Universidade Regional de Blumenau, FURB, em 2002. Desde então, está em constante atualização: Curso de Aperfeiçoamento em Oclusão Clínica – Bauru – SP; Capacitação em Human Body Total Care – Regulador Funcional Aragão – SP ; Capacitação em Harmonização Orofacial; Capacitação em Atingindo a Excelência em Resina Composta; Capacitação Odontologia do Sono na IEO – Bauru SP, membro do DSM Brasil (Dental Sleep Medice), Capacitação em Odontologia do Esporte - RS, Credenciada da Biologix (Monitoramento Digital da Apneia do Sono).