O povo brasileiro acaba de testemunhar mais uma despudorada investida ao princípio republicano da legitimidade popular dos representantes políticos. Em votação relâmpago e sem nenhuma abstenção, a Câmara dos Deputados aprovou, despoticamente, na noite de quarta-feira (14), com 252 votos a favor e 163 votos contrários, o projeto de lei nº 2.720/2023, que, em essência, pune o povo por exigir ética de políticos corruptos.
Outro princípio republicano ignorado no bojo desse Projeto de Lei aprovado, é o de legislar sobrepondo a vontade popular. Oras, se um representante político não pode, por precaução própria, sair às ruas, é porque não tem legitimidade para representar. Qualquer condição contrária, é legislar em causa própria.
Em meio a indignação, cabe aqui uma indagação: Será que um projeto de lei que beneficiasse a população, seria votado com tamanha celeridade, empenho e no apagar das luzes? Óbvio que não. A consistente votação retrata a desfaçatez autocrática e arbitrária travestida em mordaça. O que nos proporciona relativo conforto, todavia, é saber que respectivo Projeto de Lei teve voto contrário da grande maioria dos parlamentares da bancada catarinense (confira a matéria).
Acontece que, nossa representatividade proporcional é diminuta diante dos coronéis que determinam os desígnios e destinos da Nação. Sendo assim, a Rede OCP de Comunicação se posiciona convictamente contrária ao respectivo Projeto de Lei e, ao lado da população, seguirá sempre cobrando ética dos políticos e denunciando a corrupção.
