Imunização, racionalidade e cidadania

Por: Editorial

10/06/2023 - 06:06

 

Na sexta-feira (9) o Brasil celebrou o Dia Nacional da Imunização, que tem o propósito de lembrar e conscientizar a população sobre a importância das vacinas na proteção de doenças imunopreveníveis.

Infelizmente, os últimos anos de polarização política e revanchismo ideológico provocaram a irracional contaminação pela descrença em todas as vacinas. Por conseguinte, o Brasil perdeu a referência positiva de país com diferenciado índice de imunização. Doenças que há muito tinham sido erradicadas, voltam, agora, a assombrar a saúde da população. Significativa parcela da população ainda prefere tomar decisões com base em narrativas infundadas, em vez de se orientar no conhecimento científico.

Portanto, há duas dimensões a serem consideradas nessa questão: i) o senso comum não é ciência, é o saber comum. Pode-se dizer que é, basicamente, crença; ii) a ciência, por outro lado, é estudo, pesquisa, contendo, em essência, rigor, método, dados empíricos, disciplina, teste e comprovação. Em síntese, senso comum é um saber subjetivo, ao passo que ciência é um saber objetivo. Apesar dessa evidência, os índices de adesão às campanhas de vacinação estão em gradativo declínio.

Não é possível que tantos poderão vir a morrer por se orientarem no senso comum dos pseudo-elixires. Como bem sustenta o pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, “o Brasil foi pioneiro no continente, na eliminação de doenças, na erradicação e no controle de outras.

Certamente, o Dia Nacional da Imunização, nos remete a esse histórico de conquistas, a todos os avanços que conseguimos em 50 anos de um programa de vacinação que, infelizmente, nos últimos anos, vem sofrendo abalos na sua estrutura, falta de investimento na sua manutenção, e desconfiança da população no valor das vacinas”. Enfim, é preciso reverter essa realidade com cidadania.

 

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