O endividamento dos catarinenses caiu 1,3% em março na comparação com fevereiro. No entanto, anualmente, houve aumento de 2%, passando de 57,5% para 59,5%. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso ficou em 18,6% e o índice de famílias que não terão condições de pagar atingiu 10,3%. Apesar da queda mensal, o indicador ainda é considerado alto e reflete a desaceleração da renda em termos reais.
“As dívidas estão sendo renegociadas com mais frequência neste período de retração econômica para o valor caber no orçamento das famílias e evitar a inadimplência. A desaceleração da renda real das famílias, puxada pela alta inflação e a deterioração da qualidade do emprego, dificultou o pagamento em dia das contas e a efetivação de novas compras”, avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
Principal agente de endividamento, o cartão de crédito é responsável por expressiva parcela das dívidas dos catarinenses (50,8%). Em segundo, terceiro e quarto lugar aparecem o financiamento de carro (34,0%), carnês (32,0%) e financiamento de casa (16,4%).
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Foto: Fiesc/Divulgação
Movimento se torna “SC pela Educação”
A iniciativa da Fiesc voltada para o fortalecimento da educação no país e no Estado ganhou o nome de Movimento Santa Catarina pela Educação. A mudança da denominação, que foi formalizada em reunião do Conselho de Governança, retrata a nova configuração com o envolvimento das federações empresariais catarinenses do Comércio, da Agricultura e dos Transportes. O Movimento mantém os desafios proporcionar a todos os trabalhadores catarinenses a escolaridade básica completa até 2024 e formação profissional e tecnológica compatível com a função.
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Mais de um ano
A maioria dos catarinenses endividados têm dívidas por mais de um ano (53,2%). Aqueles que têm dívidas até 3 meses representam 17,5%. Entre 3 e 6 meses, são 9,9%. E por fim, entre 6 meses e um ano são 9,8%. O tempo médio de comprometimento com dívidas ficou em 8,8 meses, valor pouco menor que os 8,9 meses do mês passado. Os resultados são de pesquisa da Fecomércio SC.
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Exportar com crescimento e eficácia
Um dos aspectos mais importantes das economias exportadoras bem-sucedidas foi a mudança na organização das empresas, tanto no seu interior quanto entre elas mesmas, assim como nas relações com o Estado e os trabalhadores. Tive a oportunidade de verificar tal configuração na recente visita a Alemanha. Qual é o segredo de tal sucesso num momento de crise mundial?
Pode-se notar que tais relações estão assentadas na estabilidade, na dignificação, no aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores e na participação e elaboração ativa na gestão e eficácia produtiva, fatores que aumentam a produtividade e contribuem para a eficiência, disciplina, cooperação e construção de parcerias institucionais. Trata-se, nesse caso, de impulsionar um desenvolvimento “industrializante”, no sentido de uma maior incorporação de tecnologia e conhecimento, mediante o aprofundamento da integração produtiva interna, destinada a aumentar a competitividade e o nível de exportações de maior valor agregado e conteúdo tecnológico, de modo a enlaçar todos os setores produtivos e empresariais à dinâmica do setor exportador. Preferentemente, sem descuidar a economia de consumo interno.
Esse conjunto de políticas de natureza institucional e estrutural, que parece tão distante do nosso continente sul-americano, deve fazer parte de uma estratégia de desenvolvimento a médio e longo prazo de política industrial, de política da ciência e tecnologia, de recursos humanos e educação. Estas premissas, entre outras de natureza parecida, são de vital importância para esse conjunto de atuações, mesmo porque são umas das poucas alternativas para o processo de re-industrialização do país. No entanto, para isso acontecer, deve existir uma consciência generalizada nos países da região, sobre a necessidade de um esforço coletivo através da integração regional, envolvendo os diferentes atores econômicos e sociais na prospecção de um cenário favorável para a comercialização de produtos e serviços. Estas estratégias deveriam ser elaboradas coletivamente de forma planejada, articulando todos os atores envolvidos – fossem eles privados, públicos ou estrangeiros – que estimulassem a recuperação do mercado regional, no qual as exportações podem-se converter na “moeda de troca virtuosa” das economias nacionais através de um mercado robusto e sustentável.
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