Jaraguá respira música erudita, ocasião propícia para uma reflexão acerca desse rico gênero musical no contexto da cultura brasileira. A música erudita em nosso país possui uma história que reflete, embora de forma tímida, influências culturais e sociais ao longo dos séculos. Por isso, vale um breve balanço crítico sobre o desenvolvimento e o status atual desse gênero musical no Brasil. Sustentamos que uma das principais críticas é a falta de popularidade e reconhecimento por parte do público em geral. É bem verdade que a música erudita é vista, muitas vezes, como elitista e distante da realidade do povo brasileiro. E Isso pode ser atribuído, em parte, à falta de acesso e divulgação adequada. A maioria dos concertos e apresentações ocorre em grandes centros urbanos e é direcionada a um público específico, deixando de alcançar as massas. A falta de investimento e apoio governamental é outro fator inibidor. Comumente os músicos eruditos enfrentam dificuldades financeiras para dedicação integral à sua arte, o que limita o desenvolvimento e a qualidade das produções musicais. Além disso, a falta de incentivos fiscais e programas de fomento à música erudita dificulta a formação de novos talentos e a renovação do cenário musical. Entretanto, é importante ressaltar que, mesmo em seu tímido mundo, a música erudita no Brasil possui talentos excepcionais e produções de alta qualidade. Existem festivais, compositores, regentes e músicos brasileiros reconhecidos internacionalmente, que contribuem para a valorização e difusão da música erudita no país, que incorporam influências indígenas, africanas, europeias e a própria MPB, resultando em uma sonoridade única e original. O Femusc de Jaraguá é um autêntico exemplo disso. Aprecie sem moderação!
13/01/2024 - 06:01