“Artrite reumatoide”

Por: Sheron Zamboni

15/12/2020 - 10:12 - Atualizada em: 15/12/2020 - 10:23

“Ai minha artrite!” se você não falou, certamente já escutou essa frase, certo? Mas afinal, o que é a Artrite?

A Artrite Reumatoide é uma enfermidade reumática crônica, sistêmica, autoimune, que tem como alvo preferencial as articulações diartodias (mais móveis).

Isto resulta em uma inflamação que se inicia na membrana de revestimento desse tipo de articulação, podendo progredir com danos estruturais irreversíveis. Outros órgãos também podem ser acometidos, como os pulmões, olhos, pele e nervos.

Os sintomas mais comuns são os da artrite (dor, edema, calor e vermelhidão) em qualquer articulação do corpo sobretudo mãos e punhos.

As articulações inflamadas provocam rigidez matinal, fadiga e com a progressão da doença, há destruição da cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver deformidades e incapacidade para realização de suas atividades tanto de vida diária como profissional. Abrir e fechar as mãos se torna difícil, com sensação das articulações estarem rígidas, melhorando ao longo do dia.

A inflamação não controlada, aumenta o risco aterogênico (formação de placas de gordura nas artérias), que traz um risco aumentado de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

O diagnóstico da enfermidade responsável pela artrite é feito através da integração de sintomas e sinais, duração da doença, exames de laboratório e muitas vezes também de imagem. É possível que, para alguns casos mais iniciais, haja dificuldade para identificação de que tipo de artrite sofre o paciente.

Esses casos, tidos com artrite periférica inflamatória indiferenciada, podem ser mostrar, durante a evolução, como sendo Artrite Reumatoide. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para o controle da atividade da doença, prevenção da incapacidade funcional e lesão articular e o retorno ao estilo de vida normal do paciente o mais rapidamente possível.

O tratamento medicamentoso vai variar de acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade, devendo ser mais agressivo quanto mais agressiva for a doença. Fisioterapia e terapia ocupacional contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as atividades da vida diária.

Na artrite reumatoide, assim como em várias outras doenças reumáticas crônicas, o seguimento pelo médico reumatologista é imprescindível e deve ser contínuo.

Artigo elaborado pela Reumatologista Dr.ª Sheron Zamboni. Coordenadora e Preceptora em Clínica Médica da Universidade Estácio de Sá; Preceptora dos residentes de Clínica Médica da Associação Hospitalar São José; Possuí residência Médica em Reumatologia no Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre e residência Médica em Clínica Médica pela Associação Hospitalar São José; Graduada em Medicina pela Universidade da Região de Joinville