“Sofrendo pelos robôs”

Foto pixabay

Por: Raphael Rocha Lopes

28/07/2020 - 15:07

“♫ Eu gosto de você/
E gosto de ficar com você/
Meu riso é tão feliz contigo/
O meu melhor amigo é o meu amor.”
(Velha infância, Tribalistas).

A preocupação com os empregos ou, mais especificamente, com o desemprego ante o avanço da tecnologia e o aumento da robotização nos parques industriais e, agora mais do que nunca, em outros trabalhos que antes nem se imaginava, é tema de roda de conversas de bares, de amigos, de empresários, de cientistas e de educadores.

Um robô é mais forte e pode ser mais ágil que um ser humano. Em questões matemáticas ou repetitivas, um robô põe qualquer homem ou mulher no chinelo. E o raciocínio da tal inteligência artificial está melhorando a cada dia que passa.

E nem toma café!

Um exemplo do quanto a evolução é gigante pode ser dado com um desafio feito por uma empresa norte-americana que colocou frente a frente robôs e advogados especialistas em contratos. Em relação aos acertos, o placar foi de 94% x 85% em favor da inteligência artificial. No quesito tempo, os advogados resolveram, em média, em 92 minutos as questões propostas. Os robôs, em 26. Vinte e seis SEGUNDOS! Os advogados beberam um litro e meio de café. Os robôs, nada…

É óbvio que em certas questões, simplesmente, não dá para competir. E esse teste poderia ser feito em qualquer área: engenharia, medicina, biologia.

Isso faz muitos ficarem preocupados e uns tantos raivosos. Uma projeção distópica desta indignação dos humanos contra os robôs está na série Better than us (Melhor que nós, em tradução livre, da Netflix): grupos resolvem sair “matando” os robôs como forma de protesto.

Os queridos humanoides.

O outro lado da moeda é justamente o carinho que se tem criado pelos robôs.

Os robôs humanoides, bastante melhorados em relação à robô-empregada Rosie, dos Jetsons, atraem cada vez mais empatia dos seres humanos.

Na ficção os livros “A fábrica de robôs”, “Eu, robô”, os filmes “Blade runner”, “O exterminador do futuro”, “AI – inteligência artificial” e as séries “Black Mirror”, “Westworld”, “Love, death & robots” e, claro, “Better than us”, com a robô mais charmosa já criada, são exemplos de como as máquinas conquistarão nossos corações e mentes. E eu poderia citar muito mais títulos.

Empatia com robôs.

A empatia está ultrapassando as telas das TVs e dos computadores, e as páginas dos livros. Vários estudos e pesquisas ao redor do mundo estão avaliando o comportamento humano em relação aos robôs (aquele amontoado de metal, plástico e fios).

Já há pessoas ficando desconfortáveis com maus-tratos a robôs, inclusive quando se trata de falas agressivas. Quanto mais semelhante com o ser humano, maior a solidariedade com o robô. Em alguns casos (de pesquisa e experiência), as pessoas se sujeitam a ajudar os robôs para que não sejam punidos.

Não está longe o dia em que em uma discussão envolvendo dois humanos e um robô, uma das pessoas tomará partido da máquina. Até porque, segundo as leis da robótica, robôs não farão mal aos seres humanos.