A promessa de recuperação da economia tem se tornado mais distante a cada dia: não bastassem as quedas sucessivas nas projeções macroeconomicas – a previsão de crescimento do PIB já está em 2% e tende a seguir em queda até o fim do ano, partindo de uma projeção inicial de 2,4%, segundo o Banco Central.
Agora o país encara solavancos financeiros resultantes da tensão entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente da república, Jair Bolsonaro.
Na manhã de quinta-feira, o dólar voltou a cruzar a linha dos R$ 4 – que não era alcançada desde outubro passado. A moeda americana abriu a R$ 4,0156, depois de registrar alta de 2,27% no dia anterior.
A tensão política que já se prolongava desde a semana passada se deteriorou de vez no fim da quarta-feira (27), quando os dois políticos se atacaram publicamente.
Em entrevista à “TV Bandeirantes” no fim da tarde, Bolsonaro disse que Maia estaria “abalado por motivos pessoais” – o comentário parece estar relacionado à prisão do ex-ministro Moreira Franco, padrasto de sua esposa, na semana passada.
O presidente da Câmara retrucou afirmando que “abalados estão os brasileiros, que estão esperando desde 1º de janeiro que o governo comece a funcionar”, acrescentando que o presidente está “brincando de presidir o Brasil”.
No fim de semana, Maia já havia exigido que o presidente “saísse do Twitter e governasse”.
O Banco Central anunciou a realização nesta quinta-feira leilão de até US$ 1 bilhão em operação de venda de moeda com compromisso de recompra, buscando colocar dinheiro novo no mercado e amenizar a pressão no dólar.
Também foi aberto leilão de até 14,43 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril, no total de US$ 12,321 bilhões.
Enquanto a economia segue aos trancos e barrancos, o governo federal parece mais dedicado a brigas entre os três poderes do que a medidas efetivas para a economia – e quem sofre é o país. Hora de governar – e de estimular investimentos.
Incerteza da economia em queda
O Indicador de Incerteza da Economia, medido pela da Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 2,1 pontos de fevereiro para março deste ano. O indicador caiu para 109,2 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos.
Segundo a pesquisadora Raíra Marotta, apesar da queda, o indicador permanece acima da média histórica. Ela explica que, para reduzi-lo mais, é necessário um alinhamento do Congresso com o governo na aprovação de reformas “que são necessárias para a recuperação econômica”.
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