A era do ódio: quando a agredida vira alvo de xingamentos

Por: Elissandro Sutil

23/08/2017 - 11:08

Reforma política no Congresso Nacional. Tratativas para a eleição de 2018 em Santa Catarina e também na região. Projetos para modernizar a máquina pública. A pauta de política é extensa, mas vou fugir um pouco dela para entrar nesse debate aberto em torno da agressão que sofreu a professora Marcia Friggi, de Indaial. O tema repercutiu nacionalmente.

Marcia levou socos de um estudante, de 15 anos, após ter solicitado que ele se retirasse da aula por mau comportamento. A agressão aconteceu na segunda-feira. E, nesta terça-feira (22), para surpresa, – embora a manifestação de solidariedade de milhares de pessoas, – Marcia se viu no centro do furacão. Foi acusada de ser responsável pela agressão que sofreu por simpatizar com a esquerda e ter curtido um post em que uma estudante jogou um ovo contra o deputado federal Jair Bolsonaro. Essa reação mostra o quanto a sociedade atual está doente e o quanto as diferenças passaram a ser motivo de ódio e perseguição.

A violência contra uma professora, uma mulher no exercício da sua profissão, deve sempre ser condenada, em nada interessa a orientação política, sexual, religiosa ou filosófica dela. É por meio dos professores que podemos começar a construir um futuro melhor.  E para quem gosta de bater no peito e dizer que os defensores de direitos humanos – (geralmente deturpando completamente o que isso significa) – merecem mesmo apanhar, ou ser assaltado (para não escrever absurdos ainda maiores que já ouvi quando o assunto envereda por esse lado) cabe uma reflexão.

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Seguindo esse raciocínio, quem defende a legalização de porte de arma não poderia reclamar de ter um familiar assassinado. Mas uma coisa é diferente da outra. Não é mesmo?  Então, é preciso combater o extremismo tão perigoso que gera guerras em diferentes países e a morte de milhares de pessoas todos os anos.

O Brasil já enfrenta suas mazelas, com corrupção, insegurança, pobreza, falta de educação e saúde de qualidade. Conhecido por ser um país tropical com uma cultura rica justamente pela sua diversidade, o Brasil vai aos poucos perdendo sua essência e mostrando uma face cruel.

No meio de tantos escândalos de corrupção, estamos perdendo a fé e a empatia. Eu disse no início desse texto que não ia falar de política, mas tudo acaba sendo política. Convivendo os últimos anos com líderes de direita, esquerda e centro, aprendi na prática que não é a linha ideológica que define o caráter de uma pessoa. Não mesmo. E as manchetes nacionais provam isso a cada dia. Estão lá metendo a mão em dinheiro público, em propinas, representantes máximos de partidos de A a Z.

Odiar o próximo, mesmo que ele seja pão com mortadela e você um coxinha, não vai resolver. É com as diferenças que se cresce, são os diferentes pontos de vistas que nos fazem refletir mais profundamente. No poder, é a alternância que garante a democracia. E contra esse bando de político corrupto safado que saqueou os cofres públicos e dividiu a nação só tem uma arma eficaz, capaz de promover uma limpeza geral: o voto. O resto se resolve no debate, sem violência e sem ódio.

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Construída em 2013 para dar passagem a pedestres e ciclistas, a ponte da Zanotti, que faz ligação entre Jaraguá do Sul e Guaramirim, foi interditada na tarde desta terça-feira (22). Segundo o diretor de Defesa Civil, Hideraldo Colle, depois de avaliação técnica foi constatado que uma das vigas cedeu, oferecendo risco. O problema foi ocasionado, possivelmente, porque a estrutura também era utilizada por motociclistas.

 

 

Águas de Guaramirim

Está nos planos do diretor da Águas de Guaramirim, Osni Denker, transformar a companhia em autarquia, uma espécie de Samae. Em 2007, o município rompeu contrato com a Casan e assumiu o serviço de tratamento e distribuição de água. A arrecadação gira em torno de R$ 6 milhões por ano, e a estimativa é de um superávit de cerca de R$ 2 milhões. Transformar em autarquia garantiria independência ao setor e maior capacidade de investimento. Hoje, esses recursos são misturados ao caixa da Prefeitura. A mudança deve ter início no primeiro semestre de 2018.

Fotossensores investigados

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) continua investigação sobre possível ausência de fiscalização dos serviços contratados em 2011 para captura das imagens dos veículos que cometeram infrações de trânsito em Jaraguá do Sul. Outra irregularidade investigada é o possível pagamento em duplicidade pelo aluguel dos aparelhos, o que envolveria uma quantia superior a R$ 11 milhões.

Rio da Luz

Foi agendada para o dia 29 desse mês, próxima terça-feira, uma audiência pública para debater a preservação do Rio da Luz. Com a presença de técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), o encontro vai ocorrer na Igreja Luterana Apóstolo Paulo, na rua Eurico Duwe. O Vale do Rio da Luz é tombado como patrimônio cultural brasileiro.

Projeto habitacional é inédito

Diretor de Habitação, Luís Fernando Almeida (PP) comemora a assinatura do termo de cooperação com a Caixa Econômica Federal que vai garantir a construção de 80 apartamentos para faixa 1,5, que enquadra famílias com renda que varia de R$ 1.600 a R$ 2.600, na Ilha da Figueira. As obras já iniciaram e são de responsabilidade da empresa Termo Engenharia. Segundo Almeida, é o primeiro projeto habitacional que não traz custo ao município, nem mesmo com o terreno. A Habitação estima que 600 famílias se enquadrem no perfil. Cada apartamento terá 49,39 metros quadrados, e a prestação deve ser de R$ 400 ao mês, com taxa de juros que depende da renda do selecionado. Os interessados devem procurar pela diretoria.

Falha técnica

Uma falha técnica ocasionou problemas no Portal da Transparência da Prefeitura de Jaraguá do Sul. O Sinsep foi o primeiro a apontar que o endereço eletrônico trazia como salários de professores de R$ 6 mil a R$ 9 mil, bem acima da realidade. Na outra ponta, o erro também atingiu o staff da administração.  Do prefeito, por exemplo, a informação disponível era de um vencimento de R$ 50 mil, ou seja, quase o dobro.

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