MDB e PP cortejam, mas PSDB quer voo mais alto

Por: Elissandro Sutil

11/07/2018 - 09:07 - Atualizada em: 18/07/2018 - 09:32

Faltando 25 dias para o fim do prazo para a realização das convenções que irão apontar os candidatos às eleições de outubro as indefinições persistem e está difícil fazer apostas. Em Santa Catarina, os principais partidos buscam alianças, entretanto, até agora nenhum deles está disposto a ceder, o que pode resultar em um aumento no número de candidaturas competitivas.

Em 2014 foram seis concorrentes, entretanto, os partidos mais tradicionais se dividiram em três alianças, o PSD de Raimundo Colombo tinha 12 partidos no bloco, contanto com MDB, PR e DEM. O PSDB lançou Paulo Bauer, tendo o PP de Joares Ponticelli como vice. O PT concorreu com Claudio Vignatti, já isolado. Juntas as três candidaturas somaram 96,56% dos votos válidos no primeiro turno; Colombo foi reeleito com 51,36% dos sufrágios, Bauer ficou com 29,90% e Vignatti com 15,56%.

Leia mais: Mariani ganha carta branca para fechar alianças, mas ex-governador pode ser pedra no sapato 

Quatro anos depois, o Partido dos Trabalhadores deve reeditar chapa pura com o deputado federal Décio Lima.  PSD e MDB romperam a aliança que durou quatro mandatos. O PP está dividido, enquanto uma ala defende a indicação de vice na chapa de Gelson Merisio, do PSD, outra vê na liderança do deputado federal Esperidião Amin nas pesquisas a esperança de voltar a comandar Santa Catarina. Em comum, MDB e PP cortejam o PSDB.

Enquanto o PP ainda não sabe bem o que oferecer, pois não tem definição nem de quem será o candidato e nem qual será a aliança, a maioria no MDB está disposta a ceder duas vagas na majoritária, de vice-governador e uma ao Senado, para ter o PSDB como aliado. O impasse é que no ninho o bico está afiado e a plumagem ensaia voo mais alto.

O sentimento entre os tucanos é que o cenário hoje é favorável a Paulo Bauer, que – apesar da investigação no Supremo Tribunal Federal- lidera os levantamentos de intenção de voto juntamente com Esperidião Amin. Outro prognóstico já na ponta do lápis é que em uma eleição com tantos nomes quem fizer 25% ou mais estará no segundo turno; o senador fez quase 30% na eleição passada. Depois, em um possível segundo turno, a previsão dos tucanos é que se o duelo for entre PSDB e PP, o MDB e parte do PSD estarão junto com Bauer. Se a disputa ficar entre PSDB e MDB, o PP e o PSD inteiro estarão com o tucano. Os próximos dias serão de jogadas arriscadas.  A eleição é logo ali.

 

O fator Bolsonaro

Além das indefinições das alianças, ainda é uma incógnita quanto Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas em Santa Catarina, conseguirá transferir para o candidato do PSL ao governo do Estado. A sigla anunciará o nome do concorrente nos próximos dias. As opções são o bombeiro militar da reserva, Carlos Moisés da Silva, de Tubarão, e o empresário Derian Campos, de Joinville.

 

PSD e PP buscam decisão

No fim de semana, as lideranças do PSD e PP no Estado voltam a se reunir para tentar encontrar um consenso sobre a cabeça de chapa. Nem Amin é unanimidade entre os pepistas e nem Merisio entre os pessedistas. Amin tem vantagem nas intenções de voto e Merisio controla mais as bancadas de deputados.  O fato é que o pepista tem poder hoje não só de definir o próprio futuro como desenrolar as outras coligações.

 

 

Tesourada nas BRs

 

O projeto que corta recursos das rodovias federais catarinenses deve ser votado hoje na Câmara dos Deputados. Os deputados federais e senadores devem se reunir logo pela manhã para traçar uma estratégia e evitar a tesourada.

 

Sem voz feminina

A Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul discutiu ontem o projeto de lei que tramita no Congresso e que descriminaliza o aborto até a décima segunda semana de gestação sem ouvir uma mulher sequer sobre o tema. O promotor da Infância, Rafael Meira Luz, foi o convidado.

 

Futuro de João Rodrigues em debate

O deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL) apresenta hoje o parecer da representação contra João Rodrigues (PSD) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, em Brasília. O posicionamento do parlamentar alagoano será discutido e colocado em votação. Depois disso, a decisão do Conselho será levada para o plenário, que dará o voto final sobre o futuro do deputado catarinense preso, que pode ter o mandato cassado. Rodrigues está preso, em Brasília, desde fevereiro em função da condenação de cinco anos e três meses em regime semiaberto pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4) por fraude e dispensa de licitação quando era prefeito de Pinhalzinho (SC).