“Calar é consentir”

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Por: Luiz Carlos Prates

04/10/2019 - 09:10 - Atualizada em: 08/10/2019 - 12:38

Algumas coisas me irritam muito, nada tenho a ver com elas, são coisas que envolvem outras pessoas, mas… Nunca gostei dos sonsos, dos que se passam por vítimas sem de vítimas nada ter, caso das pessoas que se deixam dominar nos chamados relacionamentos interpessoais. Antes de dizer do fato, vou lhe fazer uma pergunta.

– Se você estiver usando um sapato bem apertado, o que você faz? Duas são as respostas que imagino: ou continua com o sapato até que ele “envelheça” ou tira o sapato. Liberdade sua. Vale para tudo na vida.

Acabei de ler, mais uma cansativa vez, as queixas de uma mulher, jornalista, sobre um diretor, cujo nome ela não revela, que a “assediou” por muitos anos. Uma outra, profissional de tevê, depois de meses e meses também sendo “assediada”, resolveu contar do assédio. E o assediador, um ator consagrado, foi demitido.

Nesses casos, o que me irrita é que as assediadas, as pobres “vítimas”, esperaram muito tempo para abrir a boca, fazer as denúncias. Ficaram com o “sapato” apertado por muito tempo por conveniências.

Esse tipo de gente me enoja. Em troca de alguma coisa, o silêncio. Vale para mulheres, casadas ou ajuntadas com vagabundos que as vivem surrando… Estão esperando o quê? Um tiro?

– “Ah, mas são mulheres que dependem desses homens, Prates, tu não entendes isso”? – Então, quer dizer que por uma vantagem que me humilha, constrange, devo ficar calado, é isso?

É a dignidade, o autorrespeito? Nada me vai convencer, essas pessoas são desprezíveis. – “Como tu és prepotente, Prates”! Prepotente?

Quer dizer que defender a dignidade, o respeito, é prepotência? Vais me desculpar, bendita prepotência! Essa “prepotência”, no caso das mulheres, as salva de surras, sofrimentos e tiros no rosto.

A mulher digna reage no primeiro momento de “assédio”, seja ele do tipo que for. Tudo aquilo que nos importuna e faz sofrer e não damos um basta passa a ser de nossa culpa.

Aliás, quem devia dizer isso às filhas, às meninas, eram os pais, mas os “modernos” andam muito ocupados, se esquecem de educar as filhas para a cidadania. Depois vão se queixar, que vão, vão.

E para terminar, uma mulher ficar meses e meses ou anos e anos sendo “assediada” ou surrada e ficar quieta é ser muito nojenta, não merece qualquer respeito.

Veja também:

Coração

Num programa de entrevistas numa tevê, dia destes, três vovós eram as convidadas, vovós “ativas”, viúvas, vivendo a vida… Foi perguntado a elas se era possível alguém se apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo.

Uma delas disse que sim. Bobagem. O amor é uma lei física: dois corpos não podem ocupar ao mesmo tempo o mesmo lugar no espaço, no caso, um coração. Desejo é outra coisa…

Eles

Tenho mais amigas que amigos. Bah, isso é uma beleza, nada contra os “guris”, mas elas são mais, mais. E tenho ouvido delas poucas e nada boas.

Como, por exemplo, “cantadas” de homens casados. Tudo na discrição das redes sociais… “Convites” descarados ou dissimulados em cortesias. Safados. E as esposas? Viradas para o canto e dormindo…

Falta Dizer

Desafio à pessoa mais “crente” que andar por aí a rezar uma novena e depois sair à noite em São Paulo com um celular na palma da mão e voltar ileso para casa.

São Paulo ou qualquer cidadezinha nossa. Rezar e sair confiante de que nada lhe vai acontecer. Desafio feito. Você topa? O único “deus” que nos pode “salvar” é a nossa prudência e inteligência. O mais é “ingenuidade” religiosa.