Ah, se tivéssemos uma Malala em cada colégio – Leia a coluna do Prates desta quinta-feira (6)

Por: Luiz Carlos Prates

06/08/2020 - 06:08 - Atualizada em: 06/08/2020 - 10:21

Você conhece a história. A menina, de 13 anos, ia para o colégio, de ônibus. Lá pelas tantas, um sujeito entra no ônibus, vai até o banco dela e lhe dá um tiro na cabeça. A guria fica gravemente ferida, mas se recupera. Não apenas se recupera, fica mais forte para a luta.

Essa a primeira parte da história da Malala, você a conhece, a guria paquistanesa que lutava pelo direito das meninas de estudar, ler, crescer e ser.

Os talibãs (quem mesmo?) não a queriam viva, ela pregava contra os preceitos deles, mulher é para serviços domésticos, escrava, parideira, fiel ao cueca-úmida/marido e ajoelhada aos seus credos. Nojo!

Você sabe que Malala cresceu, lutando cada vez mais forte pelas meninas, pelas mulheres. Aos 18 anos ganhou o Prêmio Nobel da Paz, e agora, aos 25 anos, já é doutora em Economia. Qual foi mesmo o “crime” da Malala? Lutar pelas meninas, querer a cidadania plena delas.

Vim até aqui, leitora, para dizer que não vejo esperanças no horizonte do Brasil. Ninguém me vai dizer que meia dúzia de “molengas” vão fazer o país crescer economicamente sem que antes cresça a educação, o nível instrucional dos jovens, coisa que no Brasil nem sinal…

Malala lutava por livros? Já falei aqui de pesquisa do Instituto do Livro que nos fez saber que a cada dia que passa o brasileiro lê menos, diz não ter tempo, não gostar, não isso, não aquilo…

Ora, quando alguém não gosta de ler, como vai estudar? Qual o incentivo para a leitura no Brasil, onde, quando, por quem? Grandes redes de livrarias fecham filiais todos os dias.

– Ah, mas o pessoal hoje lê pela internet, pelo celular! Quem diz isso é uma pessoa absolutamente tosca, faz uso desse argumento para justificar sua indolência existencial.

Já ouvi uma vez um asqueroso dizer que livro não enche barriga. Não, barriga não enche, enche cabeças, que é do que precisamos para crescer. O que mais está em alta no Brasil? Jogos eletrônicos, daqueles que levam seus jogadores a estágios da pedra lascada.

Fico sonhando com uma pequena Malala no pátio de todos os colégios. Aí estaria a tão sonhada revolução cultural, a única que nos pode tirar do atoleiro da ignorância, pátria amada, Brasil…

Fórmula

Frases: a repetição é a mãe do aprendizado? Água mole em pedra dura tanto bate até que fura? Então, permita-me a repetição.

Malala, a jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz aos 18 anos, afirma que – “Uma professora, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”. Ah, Malala, vem ao Brasil, vem! Vem e diz isso lá em Brasília, eu acredito em milagres!

100

Vi na TV. Ela estava completando 100 anos, a família toda em torno dela. E essa velhinha teve 16 filhos. Será que ela desejou esses tantos filhos? Claro que não.

O marido, o ordinário indecente, sem sensibilidade nem respeito, vinha lá da roça com as botas sujas, chegava em casa e puft, puft, filho e filho.

Essa falta de respeito era muito comum num passado recente. Mulher, para os velhos toscos, era para isso: parir e limpar as botas dos ordinários.

Falta dizer

Ponhamos disfarçadamente no bolso uma pequena caderneta, uma caneta junto. Anotar todos os lixos humanos que estão fazendo festinhas ou indo a elas, sem respeito nem respeitando suas famílias.

Depois vão querer atendimento médico ou hospitalar de primeira. Lixos humanos. Identificá-los para dar-lhes o troco… Vale para os sem máscaras.

 

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