“Da prótese móvel à fixa”

Por: Luciano Drechsel

03/10/2019 - 16:10 - Atualizada em: 03/10/2019 - 17:42

A odontologia, como a maioria das ciências, evoluiu muito e hoje as abordagens das situações clínicas sempre levam em conta opções mais conservadoras e minimamente invasivas, porém nem sempre foi assim.

Algumas pessoas passaram por tratamentos mais invasivos e, por vezes, mutiladores, resultando na perda total dos dentes ou na debilidade dos poucos que restaram, condenando-os à remoção. Acidentes graves atingindo os maxilares por vezes foram responsáveis por perdas dentais múltiplas.

Como resultado desta experiência acabaram usando como solução próteses totais removíveis, as popularmente chamadas dentaduras.

Do ponto de vista funcional, mesmo uma boa prótese total atinge apenas vinte por cento da eficiência original de mastigação, claro que muitas pessoas convivem bem com este tipo de prótese, mas uma expressiva parcela além das dificuldades inerentes desta opção protética, enfrentam também o desgaste emocional que a perda dos dentes provoca.

Com a mastigação comprometida e por vezes inseguro nas atividades sociais simples como falar e sorrir, muitos buscam alternativas para solucionar a situação.

A implantodontia, desde seu início, propiciou a estas pessoas a alegria da reposição de forma fixa dos dentes perdidos, devolvendo além da função mastigatória e fonética a segurança emocional e alegria em sorrir.

Os chamados protocolos utilizam implantes em número variável, normalmente entre 4 a 8 dependendo da situação clínica, estratégia protética e disponibilidade óssea, estes implantes fixam próteses que repõe todos os dentes faltantes no arco.

Uma avaliação das condições de saúde geral é muito importante para identificar e controlar as situações de risco. A avaliação das condições ósseas também é fundamental, por vezes faz-se necessário enxertos para compensar áreas onde se perdeu muito osso.

As técnicas de enxerto ósseo podem demandar um tempo de tratamento maior, porém propiciam condições melhores para posicionar os implantes nas corretas áreas favorecendo o resultado final bem como aumentam a taxa de sucesso dos tratamentos.

Existem técnicas muito eficientes para reduzir a necessidade ou até eliminar enxertos prévios. A análise criteriosa do candidato a receber implantes é que faz a diferença no resultado alcançado. Cada vez mais nos convencemos que respeitando as individualidades tanto do ponto de vista clínico como emocionais de cada um os resultados serão melhores.

Em relação à prótese existem três principais opções, estrutura metálica recoberta com acrílico e dentes de acrílico com formatos pré determinados e disponíveis com vários níveis de qualidade; estrutura interna metálica recoberta com porcelana, onde os dentes são construídos especificamente para quem receberá o trabalho; estrutura interna em porcelana pura (zircônia, considerada o aço cerâmico) esta recebe porcelana de cobertura onde também os dentes são concebidos individualmente ou por frisadoras baseadas em design digital.

As porcelanas elevam muito o resultado estético, porém sua fabricação requer maior planejamento e cuidados na execução.

O principal objetivo final de todas estas estratégias e técnicas é elevar a qualidade de vida das pessoas.

Dr. Luciano Dreschel – Mestre e especialista em Prótese Dentária, Especialista em Implantodontia e especializando em Odontologia Digital, Professor de Prótese Dentaria da FURB e coordenador do curso de especialização em Implantodontia e Prótese Dentária do Grupo Harmonique em Blumenau.