“Dores na face relacionadas a problemas na ATM”

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Por: Kellyn Rengel Bertoldi

11/12/2019 - 09:12 - Atualizada em: 12/12/2019 - 11:45

A ATM (Articulação Temporomandibular) é uma das articulações mais complexas do corpo humano e é responsável por ligar a mandíbula ao crânio. Localizada na frente das orelhas, nas laterais da cabeça, é flexível possibilitando que a mandíbula se mova para frente, para trás e para os lados, permitindo assim a fonação, deglutição e mastigação.

Quando um problema impossibilita o funcionamento adequado desse sistema temos a DTM (Disfunção Temporomandibular).

A DTM afeta pessoas de qualquer idade, sexo ou raça, embora acometa mais as mulheres na idade produtiva. Uma das queixas mais frequentes é a dor, que pode se manifestar na face, no ouvido, no fundo dos olhos, na cabeça ou no pescoço. Estalos na articulação da mandíbula, sensação de entupimento no ouvido, zumbido e até mesmo tonturas podem ocorrer.

A causa da DTM é multifatorial. Acidentes lesionando a face, estresse, tensão muscular, predisposição genética, hábitos como roer unhas ou mascar chicletes, bruxismo e até mesmo a má postura podem influenciar em seu desenvolvimento. Doenças sistêmicas como artrite reumatóide, fibromialgia, câncer, entre outras podem ser fatores predisponentes.

O diagnóstico da DTM é complexo e muitas vezes os sintomas podem estar relacionados a outros problemas. O exame clínico é predominante. Exames de imagem como raio-X, tomografia computadorizada, ressonância magnética das ATMs e em alguns casos exames laboratoriais são necessários para complementar a investigação.

A DTM pode ser muscular (alterações nos músculos do sistema mastigatório); articular (quando ocorre uma sobrecarga ou doenças degenerativas – Ex. osteoartrose ou artrite reumatóide); ou mista, que une os distúrbios musculares e articulares.

O tratamento é baseado na diminuição e controle da dor, que variam de acordo com o tipo de dor e a complexidade dos casos. O tratamento é individualizado e baseado em níveis. Os menos invasivos são sempre a primeira escolha, como aconselhamentos, mudanças de hábitos, terapias manuais, terapia com laser, tens, agulhamento seco, DIO (Dispositivo Intra Oral), acupuntura, infiltrações, artrocentese, viscossuplementação e numa minoria dos casos, 4 a 5% aproximadamente, o tratamento é cirúrgico.

O tratamento farmacológico muitas vezes se faz necessário, como o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares. Em alguns casos mais crônicos podem ser prescritos antidepressivos e anticonvulsivantes para auxiliar no controle da dor.

Desde 2002, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) reconhece a Disfunção Temporomandibular e a Dor Orofacial como uma especialidade. Por isso o cirurgião dentista especialista em DTM e Dor Orofacial é o mais indicado para realizar o diagnóstico e estabelecer o tratamento adequado.

Dra. Kellyn Rengel Bertoldi

Cursando especialização em DTM e Dor Orofacial na Universidade Tuiuti – PR. Graduou-se na Universidade Regional de Blumenau, FURB, em 2002. Desde então, está em constante atualização: Curso de Aperfeiçoamento em Oclusão Clínica – Bauru – SP; Capacitação em Human Body Total Care – Regulador Funcional Aragão – SP ; Capacitação em Harmonização Orofacial; Capacitação em Atingindo a Excelência em Resina Composta; Capacitação Odontologia do Sono na IEO – Bauru SP, membro do DSM Brasil (Dental Sleep Medice), Capacitação em Odontologia do Esporte – RS, Credenciada da Biologix (Monitoramento Digital da Apneia do Sono).