Novo tratamento para doença de Alzheimer

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Por: Erika Tavares

06/12/2022 - 09:12 - Atualizada em: 06/12/2022 - 09:17

 

Por acaso ouviram dizer nos últimos dias sobre o novo tratamento para Demência de Alzheimer? Lecanemab é o nome do novo medicamento para Alzheimer. O medicamento é um anticorpo monoclonal projetado especificamente para a fisiopatologia da doença, atua removendo depósitos da proteína beta-amilódide, um dos principais fatores responsáveis pela progressão do Alzheimer.

Em setembro de 2022 a droga já havia mostrado resultados positivos em um estudo, quando diminuiu cerca de 27% a taxa de declínio cognitivo durante um período de 18 meses, comparada com a de pacientes que receberam placebo (medicação sem efeito).

Na semana passada, dia 30/11, foi publicado no The New England Journal of Medicine, renomado periódico científico, os resultados completos desse estudo com quase 1.800 participantes entre 50 e 90 anos com Alzheimer em estágio inicial.

Embora apresente resultados promissores, a medicação pode acarretar sérios efeitos colaterais como: edema (inchaço) cerebral em 13%, hemorragias intracranianas em 17% dos participantes. E é importante deixar claro que o medicamento é estudado para pessoas com quadros muito leves da doença, então infelizmente não se aplica para pessoas com doenças mais avançadas.

Provavelmente testes mais longos serão necessários para garantir que os benefícios desse tratamento superam os riscos no uso a longo prazo

Após 18 anos sem novos medicamentos aprovados para o Alzheimer, em junho de 2021 o FDA, agência reguladora nos Estados Unidos, aprovou o Aducanumab, para uso restrito ao país norte-americano e também nas fases iniciais da doença. Outras agências, como a europeia, rejeitaram o pedido de uso do medicamento. Isso porque os estudos clínicos não demostraram de forma clara um benefício do remédio. Agora aguardemos para verificar a decisão quanto ao Lecanumab.

Ainda não é a cura para o Alzheimer, mas nos deixa esperançosos quanto a possibilidade de desacelerar essa doença tão triste e incapacitante. Já que atualmente, pessoas com Alzheimer recebem medicamentos para controlar seus sintomas, mas nenhum muda o curso da doença diretamente.

E na percepção de esquecimentos frequentes, dificuldade em encontrar palavras, resolver problemas ou confusões mentais procure um neurologista para que sua memória seja avaliada com testes cognitivos e outros exames complementares.