“Maior risco de infarto para quem já teve AVC”

Por: Erika Tavares

04/01/2022 - 16:01 - Atualizada em: 04/01/2022 - 16:45

Estudo recente realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) com 120 pacientes, comprovou que indivíduos com passado de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, aquele provocado pela interrupção do fluxo sanguíneo nos vasos do cérebro, têm maior risco de novas doenças vasculares, como outros AVC e até mesmo infarto. A razão decorre da maior chance de depósito de gordura nas artérias do coração (aterosclerose), o que pode levar ao infarto deste órgão.

O AVC é a principal causa de incapacidade e a segunda maior causa de morte no nosso país. Segundo o Ministério da Saúde a doença é responsável por 100.000 mortes por ano no Brasil. Pode acometer qualquer pessoa, em qualquer idade. É um problema de saúde pública sério, e precisa ter uma atenção diferenciada por parte dos governantes e da população.

Entre os casos de AVC, 85% são isquêmicos e, desses, entre 20% e 25% são causados por aterosclerose, “entupimento dos vasos por gordura”. Sabe-se que os principais fatores de risco do AVC são os mesmo para o infarto, como hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, sedentarismo, obesidade, tabagismo e etilismo. Em 90% dos casos a doença pode ser evitada se os fatores de risco forem evitados ou controlados.

O trabalho científico atenta para a necessidade de um acompanhamento mais próximo dessas doenças, que têm risco aumentado de sofrer um novo AVC ou um infarto. Isso pode ser feito através da atenção primária de saúde, com seguimento de perto dos pacientes com histórico de doenças cardiovasculares e controle dos fatores de risco; assim como estímulo à medicina preventiva.

Além do acompanhamento dos pacientes com maior risco, o estudo sugere o uso de medicamentos mais potentes no grupo que apresentou aterosclerose em duas artérias e, devido a isso, apresentou maior predisposição para a doença cardíaca.

Portanto, é necessário conscientizar a população para valorizar e implementar medidas preventivas, como atividade física regular, alimentação saudável, saúde emocional equilibrada, sono de qualidade, evitar tabagismo e etilismo, controlar a pressão arterial, diabetes e o colesterol. Visto que a doença pode acarretar sequelas motoras, cognitivas e sensitivas permanentes e tem elevado risco de óbito associado. Em países desenvolvidos, programas baseados na adesão ao tratamento e na melhoria do estilo de vida tiveram uma redução significativa no número de mortes.

O estudo citado no texto pode ser acessado na íntegra em: Fortune Journals

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