O eu e o ego

Foto: Pixabay

Por: Emílio Da Silva Neto

16/03/2023 - 09:03 - Atualizada em: 16/03/2023 - 10:37

 

Quando alguém conquista um novo patamar de desenvolvimento e se premia com júbilo pessoal, surgem algumas pessoas, propulsionados pela inveja, chamando isto de “ego inflado”

Ideais morais refletem-se em todos os setores.

Também por isso, que, atualmente, o pensamento confuciano tem milhões de seguidores e muitos de seus pensamentos são popularmente conhecidos e utilizados no dia a dia. Frases como “não faça aos outros o que você não quer que seja feito a você”, “o silêncio é um amigo que nunca trai” e “o homem superior atribui a culpa a si próprio; o homem comum aos outros” são, por exemplo, de sua autoria.

Estes e inúmeros outros ensinamentos de Confúcio (551-479 a.C.) – tão lidos na China ao longo do tempo, como a Bíblia foi no Ocidente – estão reunidos em Os Analectos, trabalho de compilação realizado por seus discípulos e que, mais que uma filosofia, revela uma diferenciada visão de vida, na qual o ponto central é o conjunto de elevados valores éticos e funcionais que conduzem o homem na busca da excelência.

Ou seja, os atos de uma pessoa devem estar de acordo com ritos de retidão (isto é, com pensamentos focados na dignidade humana), bem como, o melhor de si precisa estar acessível ao compartilhamento com pessoas do seu entorno e/ou relacionamento.

Assim, nada mais natural que alguém, ao alcançar/conquistar um novo patamar de desenvolvimento, que se descortine, se abra para o mundo, enfim, que apareça/evidencie-se no meio da multidão.

Infelizmente, contudo, nestes momentos alegres emoldurados pelo júbilo pessoal, surgem, quase sempre, propulsionadas pela inveja, algumas pessoas que tentam criticar exposições públicas, desmerecer elogios e clamar por se estar com o “ego inflado”.

Isto pode ser explicado por um ditado popular: “é perigoso clamar a felicidade própria, pois a inveja tem sono leve”.

O fato é que toda habilidade advinda de dom e/ou muito esforço, quando posta à disposição do coletivo, é muito bem-vinda e merece reconhecimento claro, sem camuflagens. E a contrapartida, isto é a satisfação plena e visível pela missão cumprida, nada tem a ver com se estar com “ego inflado”, isto é, ficar se vangloriando o tempo todo, ser autoconfiante em excesso, se achar melhor do que todo mundo e não aceitar ser questionado, pois, é claro, se está sempre certo.

Quanto a isto, diz a sabedoria milenar do Bagavadeguitá, texto religioso hindu escrito em sânscrito, datado do século IV a.C.: “o ego é o pior inimigo do eu”, mas o “eu é o melhor amigo do ego”. Diz ainda que “o ego é um péssimo senhor da nossa vida, mas um ótimo servidor.”

Segundo Freud há o “Ego Ideal”, como sendo o destinatário do “autoamor” e o “Ideal do Ego”, como a formação dinâmica que sustenta ambições para o progresso.

Assim, quem vive apenas na consciência do seu “Ideal do Ego” é um egoísta, que hostiliza o “Ego Ideal”.

E, quando o “Eu” desperta devidamente e se põe na vanguarda da vida, surge uma pessoa harmoniosa, que faz o grande tratado de paz com as duas facetas do “Ego”.

Isto vale tanto para quem é sucesso, como para quem sofre pelo sucesso alheio, pois o “ego inflado” acredita na individualidade, vê inimigos em toda parte e é especialista em apontar tanto erros em quem produz como em quem critica.

Enfim, o ideal é integrar o “ego” instruído ao “eu” educado, única forma de se não caminhar inexoravelmente e a “passos largos” para a infelicidade.

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Emílio Da Silva Neto

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