“O empreendedor como ‘escravo’ de seu empreendimento”

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Por: Emílio Da Silva Neto

11/07/2019 - 01:07 - Atualizada em: 11/07/2019 - 01:15

Trabalhar demais pode fazer mal. E, muitas vezes, o trabalho excessivo não é por necessidade financeira, mas, por prazer! E aí, cai-se em uma doença típica e não tratada costumeiramente, o chamado ‘vício do trabalho’, algo muito comum entre empreendedores.

Claro que trabalhar é bom, contudo, se virar um vício descontrolado, é ruim.

Dizem (se é ‘história’ ou ‘estória’, não se pode precisar) que o Engenheiro Mecânico Henry Ford era viciado em trabalho ou, na linguagem corporativa, era um workaholic.

Ele que, no começo da sua carreira empresarial chegou a quebrar empresas, conseguiu, com o seu amor desenfreado pelo trabalho, tornar a Ford Motor Company, e como seu único dono, em uma das maiores empresas de seu tempo e ser um dos homens mais ricos e conhecidos do mundo.

São atribuídas a ele frases como “feriados só atrapalham e trabalhar faz bem” e “quanto mais se trabalhar, melhor será para todos: o patrão fica contente, o empregado recebe mais, o consumidor ganha opções e o governo arrecada impostos”. Grandes verdades, não?

O problema é quando se perde o controle do excesso de trabalho, pois qualquer vício traz prazer momentâneo, mas e os limites? Isto porque, como se sabe, todos temos limites e, facilmente, podemos perder o entendimento de quais são os nossos.

Muitos, quando pensam em ser donos dos seus próprios negócios, acham que terão mais tempo para si. Infelizmente, esta é uma das expectativas mais ‘irreais’, quando se trata da administração do tempo para empreendedores.

Na realidade, o empreendedor ‘padrão’ é sempre alguém com uma forte tendência a ser workaholic, deixando de lado coisas importantes na sua vida em função do crescimento da empresa, sempre pensando em inovações e resultados.

Em síntese, a maioria dos empreendedores  vira ‘escravo’ do próprio negócio, pois não consegue separar a vida pessoal da vida empresarial. E o pior é que nem percebe o quanto se afunda no  próprio estresse.

Como antídotos a esse quadro, eis algumas dicas:

  1. PARAR E PENSAR SOBRE O CAMINHO QUE A A VIDA PRÓPRIA ESTÁ SEGUINDO, com esta pouca dedicação a si, à sua família e amigos, o que pode, no médio e longo prazo, estar destruindo sua vida e fazendo surgir muitos arrependimentos tardios
  2. DELEGAR O MÁXIMO POSSÍVEL, pois ninguém precisa ser/estar onipresente e insubstituível
  3. APRENDER TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DO TEMPO para diferenciar urgências e circunstâncias
  4. COLOCAR MOMENTOS IMPORTANTES PARA SI MESMO NA AGENDA SEMANAL, como um almoço em família, sair um pouco mais cedo para ir ao cinema, buscar filhos na escola, praticar um esporte ou algum outro hobby, tudo para renovar energias e dar mais disposição para aguentar a pressão do dia-a-dia
  5. APRENDER COM AS URGÊNCIAS, para evitar que elas se repitam, via planejamento (antecipação) de atividades
  6. DESFRUTAR FINS DE SEMANA, esquecendo a empresa, desligando-se de todos os contatos profissionais (como e-mail e WhatsApp)
  7. AGENDAR FÉRIAS, pois se uma empresa não consegue viver sem o seu CEO, por, pelo menos, 10 dias, é porque está na hora de ser repensada toda a estrutura e organização do empreendimento

Enfim, como tudo na vida (por exemplo, comida e bebida), os excessos, também no trabalho, fazem mal, a ponto de se perder, no fim, o principal: o saudável desfrute do prazer!