Derrubando tabus em empresas familiares”

Fonte: Acelera digital

Por: Emílio Da Silva Neto

29/11/2019 - 09:11

Segundo Sigmund Freud, um dos filósofos geniais da história, ‘tabu’, palavra polinésia, tem significados opostos: o de sagrado e o de inquietante, perigoso ou proibido. Em polinésio, o contrário de ‘tabu’ é ‘noa’, o ‘normal’, o ‘acessível a todo o mundo’. ‘Tabu’ implicita, então, uma ideia de reserva, sob a manta de proibições e restrições. E este indissolúvel elo ‘tabu-proibição’ (“quem tocar, olhar ou falar sofrerá um mal terrível”) é que, muito provavelmente, originou tantas leis e regulamentos.

As empresas familiares, quase sempre rodeadas de ‘tabus’, podem ser ‘condenadas à morte’, se não se atreverem a abordar certas questões e evitar uma degradação silenciosa na qual, quando tomam consciência do que está acontecendo, pode ser tarde demais.

Com base nesta reflexão, vale ressaltar alguns aspectos ‘tabus’ em empresas familiares:

1. A SUCESSÃO

Um dos maiores ‘tabus’ na cultura ocidental é a morte. No caso de empresas familiares, evita-se muito falar do momento em que o(a) fundador(a) não estará mais vivo(a), como que, inconscientemente, pensando que, não se falando nisso, ele(a) se tornará um ser imortal. E, claro, não é necessário esperar que ele(a) pereça. Quando chegar a sua aposentadoria ou o seu declínio biológico, que seus sucessores ‘assumam o bastão’, antes que todos, de uma hora para outra, repreendam-se porque não previram tudo adequadamente.

2. O DINHEIRO

Evita-se discutir remunerações (como pró-labores, dividendos e antecipações), faltando, assim, definição, equidade e clareza de critérios, isto, muitas vezes, para manter a harmonia familiar e em respeito ao que ‘o pai e a mãe querem’. Ou, ainda, porque os mais aquinhoados se reservam ao direito do ‘silêncio em interesse próprio’.

3. OS REQUISITOS PARA A SUCESSÃO

Não se define as capacitações necessárias aos familiares, em termos de conhecimento, habilidades e atitudes, para que ‘herdeiros’ (meros usufrutuários da herança) se convertam em ‘sucessores’ (multiplicadores do patrimônio herdado), como gestores e/ou acionistas.

4. AS RELAÇÕES PROTOCOLARES

Sendo imprescindíveis o amor familiar e o respeito societário, o desafio advindo do trinômio família-patrimônio-gestão, não bem

gerido, leva a uma combinação explosiva. Responsabilidades, tarefas e gestão do dinheiro nunca podem estar sujeitos a imposições de familiares e, sim, ‘subordinados’ às necessidades da empresa.

5. AS VONTADES PRÓPRIAS

Há que serem respeitadas vocações e desejos das gerações seguintes. Especificamente, se algum familiar, por exemplo, preferir tocar piano a negociar com fornecedores, que fale sobre isso, não mentindo a si e aos outros, decretando sua ‘morte’ vocacional, só pela pseudo-obrigação de assumir responsabilidades perante a empresa e não perder status econômico.

Enfim, é essencial para a saúde da empresa familiar avançar nesses ‘tabus’ e subtrair os seus impactos.

Assim, falar honestamente sobre o que todos querem à sua vida e trabalho, com empatia, negociação e acordo, permite uma vida longa à empresa e preserva o afeto na seio da família empresária.

Disponível para compra na Grafipel/Jaraguá do Sul.

Também, com dedicatória personalizada, diretamente com o Autor

EMÍLIO DA SILVA NETO Dr.Eng.

Industrial, Consultor/Conselheiro/Palestrante/Professor (*)

Sócio da ‘3S Consultoria Empresarial Familiar’

(Especializada em Processo Decisório Colegiado, Governança, Sucessão,

Compartilhamento do Conhecimento e Constituição de Conselhos Consultivos e de Família)

(*): Focos em ‘GOVERNANÇA (PROFISSIONALIZAÇÃO e SUCESSÃO) FAMILIAR’,

‘EMPREENDEDORISMO’ e ‘EXCELÊNCIA PROFISSIONAL’

Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento

Curriculum Vitae: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4496236H3

Tese de Doutorado: http://btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/Em%C3%ADlio-da-Silva.pdf

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