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Aulas de cítara ajudam a preservar a cultura germânica em Jaraguá do Sul

Foto: Divulgação

Por: Elisângela Pezzutti

15/09/2022 - 07:09 - Atualizada em: 15/09/2022 - 08:28

Embora sua formação acadêmica seja na área de Matemática, a professora aposentada Lúcia Menarin, 63 anos, ensina a arte de tocar cítara desde 2010. As aulas acontecem no Centro Cultural Neue Heimat, em Jaraguá do Sul, que, até onde se sabe, é a única instituição do Brasil que se dedica a este aprendizado.

“Nós temos pesquisado bastante, tentando localizar pessoas que saibam como fazer música numa cítara, mas não temos notícia de outro local onde se ensina cítara-concerto”, destaca a professora.

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Parceria para resgatar a cultura da cítara

As aulas no Centro Cultural Neue Heimat acontecem, em média, uma vez por mês, com encontro de estudos intensivos de quinta a sábado. “Esporadicamente acontecem encontros extras, conforme nossa agenda de apresentações”, conta Lúcia, que reside na cidade de Castro, no estado do Paraná, e viaja cerca de cinco horas para vir até Jaraguá do Sul ministrar as aulas, acompanhada do marido, o engenheiro civil, Luiz Menarin. “Ele é a pessoa que restaura nossos instrumentos. Não por profissão, mas como apoio a este projeto, denominado ‘Resgate Cultural da Cítara'”, conta a professora.

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Atualmente, Lúcia ensina uma turma de seis alunos. “Neste pós-pandemia, estamos com um grupo pequeno, por isso é importante divulgarmos a atividade”, destaca. De acordo com a professora, a indicação é que os interessados em aprender a tocar cítara tenham idade mínima de oito anos.

Sandra Helena Brandenburg | Foto: Arquivo pessoal

A estudante Sandra Helena Brandenburg, 18 anos, é uma das alunas da professora Lúcia e estuda cítara há oito anos. “Na época em que comecei as aulas eu tinha 10 anos e foi mais por curiosidade em ver esse instrumento musical com tantas cordas e sons. Hoje, digo que escolhi a cítara porque gosto da música, da sonoridade que ela passa. E pretendo continuar a tocar para não deixar esse instrumento musical e suas sonoridades se perderem no tempo”, diz a jovem.

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A professora Lúcia conta que o seu aprendizado aconteceu em casa. “Meu pai tocava a cítara junto com um grupo de amigos, num círculo de imigrantes alemães e ali nasceu o meu interesse.” E completa dizendo que, “na atualidade, diante do fato de que a citara é quase desconhecida, o interesse transformou-se na necessidade de salvar esta arte, de tirar do anonimato esta sonoridade”, comenta.

 

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Lei de apoio à cultura e incentivos locais

De acordo com Lúcia, o Centro Cultural Neue Heimat busca oferecer as aulas por um preço bastante acessível. “Para que isso seja possível, dependemos de projetos que nos ajudem financeiramente. Por exemplo, desde 2013 temos recebido apoio da Fundação Cultural de Jaraguá do Sul, por meio do projeto ‘Incentivando Talentos’. Também tivemos apoio em 2019, com a Lei de Incentivo à Cultura.
Contamos, ainda, com a ajuda de parte do empresariado local. Assim, os alunos pagam um valor baixo pelo aprendizado, e pelo acesso aos instrumentos”, informa.

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Sobre as aulas

Para saber mais a respeito das aulas de cítara, acesse a página do Facebook Citara Brasil ou o do Instagram @citara_brasil. Para entrar em contato direto com a professora Lúcia, o número do telefone e WhatsApp é o (42) 99820-0851.

A origem do instrumento

A modalidade à qual a professora se dedica é a cítara-concerto, uma versão do instrumento que se desenvolveu no século 18, nas regiões da Áustria, Alemanha e Polônia. Viena, capital da Áustria, foi o berço da cítara, que chegou ao Brasil com os imigrantes alemães e austríacos. “É uma sonoridade muito agradável para reuniões familiares e pequenos concertos. É um som que conquista os corações”, define a professora.

 

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Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.