As 30 contaminações detectadas no rio Itapocuzinho até outubro desse ano continuam sendo investigadas por órgãos ambientais da região. De acordo com o gestor da Águas de Guaramirim, Maurici Roberto Venâncio, a companhia segue planejando ações com o Ministério Público e Prefeitura para identificar responsáveis pelos poluentes liberados no perímetro que antecede a captação.
Uma empresa responsável pelo despejo de afluentes já teria sido identificada, mas o resultado dessa avaliação só será divulgado no mês que vem pelo promotor de Meio Ambiente, Alexandre Schmitt dos Santos. As verificações foram feitas pela Polícia Ambiental.
A última paralisação no abastecimento de água foi realizada no dia 28 de setembro, já são nove apenas este ano. Na ocasião foi encontrado um material que a princípio é escuro, depois fica claro e forma uma espuma nas águas do rio. “A população deve permanecer tranquila, pois não foi e nem será distribuída água contaminada”, atenta o gestor.
A companhia está prestes a inaugurar a nova Estação de Tratamento de Água (ETA). Conforme Venâncio, uma licitação para compra de materiais está em andamento e os serviços devem ser concluídos no fim do mês que vem. Com a obra, a capacidade de tratamento passará de 120 litros por segundo para 170, um acréscimo de 50 litros por segundo. O investimento é de R$ 1,1 milhão de recursos próprios. “A atual estrutura está operando com capacidade máxima e já é antiga, com essa ampliação ficará ideal”, afirma o gestor.
Para ele, além de ampliar a captação e tratamento, é preciso expandir os reservatórios. Atualmente, existem três em Guaramirim: um no bairro Corticeira para armazenar 300 metros cúbicos, outro localizado no Centro agrega mil metros cúbicos e o instalado no morro do Satuca opera apenas com 40% de sua capacidade total, de 500 metros cúbicos, bombeando para a parte alta da cidade. Isso ocorre devido a problemas de rachadura no solo e por questões de segurança.
“Ativando por absoluto esse reservatório já desafogaria, mas o ideal seria construir mais em determinados bairros”, cita.
Chiodini cobrará agilidade para solucionar problema
O prefeito eleito de Guaramirim, Luiz Chiodini, afirma que irá pressionar as autoridades governamentais do Estado para que sejam tomadas providencias o mais rápido possível. “Não podemos fechar os olhos para um assunto tão importante, é uma irresponsabilidade com o povo guaramirense que pode sofrer com consequências na sua saúde por consumir essa água”, salienta.
Entre as medidas que pretende tomar, Chiodini revela que buscará outros lugares e meios para efetuar a captação de água no rio. O número de reservatórios também deve ser ampliado. “A estrutura atual está atrasada perante o crescimento populacional do município, é necessário implantar políticas públicas que abranjam o abastecimento de água”, comenta. Em reunião com a Serrana Águas na semana passada, foi informado ao prefeito eleito sobre a identificação de uma empresa que estaria emitindo os poluentes, mas o futuro prefeito acredita que mais de um empreendimento seja responsável pelas contaminações.