Após a invasão do grupo terrorista Talibã em Cabul, capital do Afeganistão, mais de 250 mil pessoas deixaram o país, entre elas o presidente Ashraf Ghani, que fugiu após o palácio presidencial ter sido tomado pelos combatentes do grupo extremista.
Enquanto o Talibã avança sobre Cabul, inclusive com terroristas libertados em outras cidades, moradores da capital tentam fugir em desespero. Aeroporto é única saídahttps://t.co/2hTq44aPLu pic.twitter.com/cC9tjqgoeP
— Estado de Minas (@em_com) August 16, 2021
De acordo com a agência para refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), a maioria das pessoas que tiveram que deixar suas casas por causa do avanço do Talibã é de mulheres e crianças. As pessoas que conseguiram fugir das áreas controladas pelo grupo contaram que militares do Talibã obrigaram famílias a entregarem mulheres e crianças para se tornarem esposas dos combatentes.
Muzhda, uma mulher de 35 anos que fugiu de Parwan para Cabul com suas duas irmãs, afirmou que preferia tirar a própria vida do que permitir que o grupo terrorista a obrigasse se casar com eles.
“Estou chorando dia e noite”, disse ela a agência de notícias AFP.
Mulheres de áreas controladas pelo Talibã também descreveram que foram forçadas a usar burcas, uma vestimenta que cobre todo o corpo, e apresenta uma estreita tela, à altura dos olhos, através da qual se pode ver. Militantes também espancaram pessoas por infringirem as regras sociais.
A vida sob o Talibã na década de 1990 forçou as mulheres a usar a burca. Os islamistas radicais restringiram a educação para meninas com mais de 10 anos e punições brutais foram impostas, incluindo execuções públicas.
Algumas imagens de publicidade com fotos de mulheres começaram a ser retiradas das fachadas das lojas. Aparentemente as imagens foram retiradas por pessoas que não são membros do grupo insurgente. Nas redes sociais foram publicadas imagens semelhantes, mas sem indicação do local ou da data.
Nas redes sociais uma uma ex-embaixadora da Juventude da ONU, Aisha Khurram, compartilhou um tuíte sobre a situação na Universidade de Cabul na manhã de domingo (15/8). O domingo é dia útil nos países muçulmanos.
“Alguns professores se despediram de suas alunas quando todos foram evacuados da Universidade de Cabul nesta manhã … e talvez não tenhamos nossa formatura assim como milhares de alunos em todo o país.…”, escreveu Aisha.