A pandemia do novo coronavírus impactou indistintamente a vida humana em todo o planeta. Tal qual os efeitos de uma guerra, ela afetou de forma dramática a saúde, as instituições, a liberdade, a economia, o emprego e, sobretudo, vitimou mais de meio milhão de pessoas só em nosso país.
O enfrentamento desse inimigo exigiu, contingencialmente, um novo modelo de governança pública, e por parte da sociedade, uma nova atitude cidadã e colaborativa. Mas foi, notadamente, no setor da saúde pública, a profunda reação e imediata readaptação, com ações objetivas, conjugada com comprometimento, responsabilidade, disciplina e resistência por parte dos profissionais de saúde, com a missão de salvar vidas.
Em Jaraguá do Sul, o Comitê Gestor do Plano de Prevenção e Contingenciamento em Saúde da Covid-19, tem coordenado forças constituídas entre Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, imprensa, estrutura hospitalar, empresariado e sociedade organizada, porém, o pesado fardo fica a cargo do pelotão de frente da Covid, os bravos profissionais da saúde.
Recente pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que a exaustão emocional é uma preocupante realidade desses profissionais. Oitenta porcento desses trabalhadores sentem impactos negativos na saúde mental causados pela pandemia, sendo que apenas 19% buscaram ajuda para lidar com o problema.
Em respeito a esses bravos, se faz oportuna a seguinte reflexão: ninguém nega a importância e determinante contribuição desses profissionais. Ninguém poupa elogios. Todos os reconhecem e aplaudem.
Entretanto, tudo isso é hipocrisia se não existir reciprocidade por parte da sociedade em observar as orientações sanitárias de uso da máscara, higienização, distanciamento físico e vacinação.