Popularmente conhecida como “ombro congelado”, a Capsulite Adesiva é um quadro que se caracteriza por limitação dos movimentos e intensa dor no ombro. Ela pode durar de vários meses até anos. O que ocorre é um enrijecimento da cápsula articular e a diminuição da quantidade de liquido sinovial, que é uma espécie de “lubrificante articular”.
De acordo com o ortopedista e especialista em ombro e cotovelo, que atende no Centro Ortopedia Especializada (COE Jaraguá), Dr. Rafael Valério, essa patologia ocorre em aproximadamente 3% a 5%, mas chega a 20% em pacientes com diabetes.
“A Capsulite Adesiva geralmente envolve o lado não dominante, mas envolvimento bilateral pode ocorrer em até 40% dos casos”, explica.
Ele ainda ressalta que, em torno de 70% dos pacientes com capsulite adesiva do ombro, são do sexo feminino. E a grande maioria dos pacientes que adquirem a doença (em torno de 85%) se enquadram na faixa etária entre 40 e 60 anos.
Como ocorre a Capsulite adesiva
O especialista afirma que a patologia possui três fases. Inicia com dor e progressiva limitação dos movimentos do ombro de forma gradual, a denominada fase inflamatória.
Em seguida, vem a fase restritiva ou de “congelamento”, quando os movimentos já estão bem limitados. A terceira fase é o “descongelamento” ou retorno da mobilidade, também lento e progressivo. Todo esse processo pode durar de seis meses a cerca de dois anos.
Segundo o Dr. Rafael, geralmente a doença surge sem uma causa aparente, mas também pode estar relacionada a alguma lesão, mau jeito ou cirurgia prévia, e é mais comum em pacientes com doenças de base como Diabetes e Doenças da Tireoide.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito em consulta com o médico especialista e é importante prestar atenção aos detalhes da história clínica contada pelo paciente, no exame físico e nos exames de imagem, principalmente a ressonância magnética, que confirma o diagnóstico e ajuda a excluir ou identificar outras doenças sobrepostas, como tendinopatias, bursites, lesões do manguito rotador e artrose.
Tratamento e prevenção
O especialista pontua que o tratamento deve ser individualizado para cada caso. Normalmente na fase inicial deve ser feito o controle da dor. Já nas fases mais avançadas, a recuperação do movimento é o principal objetivo.
“Existem medicações que auxiliam no processo de descongelamento, além de procedimentos que auxiliam na reabilitação, como bloqueios do nervo supraescapular, que são injeções de anestésico no ombro, e podem ser feitas na própria clínica e não requerem internação.”
Para prevenir, algumas dicas são realizar exercícios com treinamento de força e manutenção da amplitude de movimento com frequência, ou seja, exercícios físicos regulares e alongamentos diários. E também, cuidados posturais, ginastica laboral, bom posicionamento no local de trabalho e cuidados médicos de rotina.
Sobre o especialista
O Dr. Rafael Valério (CRM/SC 20848) é ortopedista e especialista de ombro e cotovelo. Ele atende no Centro de Ortopedia Especializada (COE) em Jaraguá do Sul.