As placas que indicam o início de uma obra pública geralmente chamam a atenção da população. Além de conter informações importantes a respeito de prazos e valores, ela é como uma segurança de que aquela obra desejada e esperada irá sair do papel. Mas, na rua Alwin Meier, nem a placa suportou o atraso na obra de pavimentação. Jogada em meio a vegetação no início da via, ela indicava a data de início da obra: 14 de outubro de 2016. O prazo para conclusão era de 120 dias, que expiraram em meados de fevereiro do ano passado, mas até o momento, o asfalto não saiu.
Orçada inicialmente em R$ 457.276,54, como indica a placa, os recursos são provenientes de um convênio entre a Prefeitura e o Ministério da Integração Nacional. O problema é que a liberação desses recursos que financiariam a obra não está acontecendo.
De acordo com o gerente de gestão de projetos e captação de recursos da Prefeitura, Antônio Carlos da Luz, um técnico do Ministério da Integração esteve no local realizando uma vistoria há cerca de duas semanas, mas que o relatório só foi entregue nesta quarta-feira (4). Ele afirma ter recebido como justificativa para o atraso na entrega da documentação o número reduzido de profissionais da pasta. “Segundo a coordenação, eles estão com equipe reduzida e o mesmo técnico que esteve em Jaraguá foi a outros municípios também”, diz.
O próximo passo, afirma, é aguardar a aprovação do relatório pela Coordenação de Gestão de Convênios do Ministério para que o processo e autorização de pagamento possam ser formalizados. Depois disso, o processo segue para a diretoria financeira do Ministério para a efetivação da transferência de recursos. “Tínhamos a expectativa de que num prazo de até 15 dias após a vistoria fôssemos receber os recursos, mas na prática isto não ocorreu”, conta.
A situação da via é duramente criticada pelo empresário Rogério Selhorst. Ele afirma que tanto ele quanto os moradores já ouviram inúmeros argumentos e justificativas para o atraso na obra e que “não dá mais para saber o que é verdade”.
Segundo ele, as obras chegaram a ser iniciadas pelo menos em três oportunidades e, na última delas, toda a base foi construída, restando apenas a colocação do material asfáltico. Este é o ponto que Selhorst mais critica, pois de acordo com ele, “todo aquele trabalho foi por água abaixo”.
O empresário conta que ainda nesta semana, as máquinas da prefeitura fizeram a manutenção da via, inclusive para retirar parte da base construída no final do ano passado. “A pergunta que eu faço é: por que começaram se não tinha a certeza de que o dinheiro viria?”, questiona.
Para ele, o modo com que a obra está sendo tratada mostra desrespeito e desinteresse, mas ele admite que não dá para jogar toda a responsabilidade sobre o município, que aguarda a liberação da verba. “A gente sabe que não tem dinheiro, mas então não começa uma obra sem ter a certeza de que poderá terminá-la”, avalia.
Luz explica que aguarda a liberação dos recursos para que a empresa Paviplan possa retomar as obras no local, mas admite que parte dos serviços realizados anteriormente deverão ser refeitos. Segundo ele, o custo a princípio será da União. “Mas concordamos que é um gasto que não precisaria ser feito”, completa. “Somos solidários aos moradores, e a administração municipal está empenhada em resolver. Estamos em contato diário com o Ministério, porque a burocracia que já é exagerada na esfera pública, neste caso da pavimentação da rua Alwin Meier está sendo insustentável”, finaliza.