O Índice de Comércio Exterior (Icomex) da Fundação Getulio Vargas, referente a maio, divulgado nesta segunda-feira (15), confirmou tendência já sinalizada nos meses anteriores de aumento das exportações brasileiras pautadas em commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) e destinadas para o mercado asiático, com redução para outros destinos.
Segundo a FGV, o cenário de instabilidade, com desvalorização do real, não favorece as vendas de produtos industriais no exterior, que permanecem em queda.
Os dados também confirmam o cenário negativo para bens de capital – principal produto de Jaraguá do Sul – com queda nos investimentos de bens fixos de capital globalmente.
O saldo da balança comercial foi de US$ 4,5 bilhões em maio, inferior em US$ 1,1 bilhão ao valor de igual mês de 2019. No acumulado do ano até maio, o saldo atingiu US$ 15,5 bilhões, resultado menor em US$ 4,8 bilhões ao de igual período do ano passado.
O desempenho inferior na comparação interanual do acumulado até maio é explicado pela queda mais acentuada das exportações (-7,2%) em relação às importações (-2,5%), analisou a FGV.
As commodities somaram 71% das exportações brasileiras em maio e estão associadas ao setor de agropecuária, cujo aumento foi de 44,2% entre os meses de maio de 2019 e 2020, seguido do aumento de 11,3% da indústria extrativa. A indústria de transformação teve nova queda (-13,7%).
O volume exportado pelo Brasil aumentou 4,1% e o importado, 0,9% na comparação de maio de 2020 contra o mesmo mês de 2019.
O aumento do volume exportado é explicado pelas commodities, que aumentaram 23,7% na comparação entre os meses de maio e 10,9%, no acumulado até maio deste ano comparativamente com o mesmo período do ano passado.
Valor de exportação
Em termos de valor, as exportações de commodities caíram 1,5% em maio, ante maio de 2019, e aumentaram 4% no acumulado do ano até maio.
“Ressalta-se que o aumento no volume tem sido compensado pela retração dos preços em maio (-20,5%) e no período de janeiro/maio (-5,2%), o que explica o comportamento do valor”, salienta o Icomex. As vendas de não commodities caem na comparação dos meses de maio (-27,7%) e no acumulado do ano (-20,3%), com queda de preços em ambos os casos.
As perspectivas não são muito otimistas, analisou o Icomex da FGV.
As notícias divulgadas no final da segunda semana de junho sobre uma possível nova onda de epidemia do novo coronavírus na China reacendeu o alerta de um cenário ainda incerto, contrariando perspectiva “moderadamente otimista” sobre retomada das atividades nos mercados europeus, asiáticos e nos Estados Unidos.
A projeção da Organização Mundial do Comércio (OMC) continua de queda no comércio mundial entre 13% e 32% este ano.
No Brasil, o Icomex avalia que “a queda das importações e um desempenho favorável das commodities no primeiro semestre atenuam pressões sobre o déficit da conta corrente”.
Os resultados no segundo semestre vão depender da retomada da atividade econômica no mundo e no mercado brasileiro.
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