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Casa São José representa acolhida a pacientes em tratamento em Jaraguá do Sul

Casa São José acolhe pacientes e acompanhantes em tratamento no Hospital São José | Foto Verônica Lemus/OCP News

Por: Elissandro Sutil

25/02/2020 - 05:02

Prestes a completar três anos de existência em abril de 2020, a Casa São José serve como local de acolhimento para pacientes que enfrentam momentos desafiadores na vida.

O local oferece abrigo para acompanhantes e pessoas que estão em tratamento no Hospital São José, mas que por morarem em outras cidades, precisam de um lugar para ficar e não têm condições financeiras de pagar uma hospedagem durante esse tempo.

Aos 65 anos, Berta Isabella Lerner, ou dona Berta como é chamada pela equipe e hóspedes da casa, veio a Jaraguá do Sul no dia 30 de outubro para fazer tratamento de radioterapia.

Dona Berta é de Porto União e foi encaminhada para fazer a terapia no Hospital São José, precisando deixar o marido, também em tratamento médico, em casa.

Um momento difícil da vida, mas que com a solidariedade e amor da equipe da Casa São José, foi possível um pouco de tranquilidade, conforto e, principalmente, apoio emocional.

Sem a Casa, dona Berta ficaria em um hotel, pago pela Prefeitura de sua cidade. Porém, ficaria sozinha ou precisaria de acompanhante.

“Não sei como seria se não tivesse a casa, ficaria em um hotel, mas não é tão confortável e aí a gente se sente muito sozinha e aqui é tão bom porque a gente faz amizade e uma família se forma”, diz Berta.

Dona Berta assumiu as panelas da Casa e prepara o almoço dos hóspedes. O aroma delicioso entrega que é uma cozinheira de mão cheia | Foto Verônica Lemus/OCP News

Na Casa, acompanhantes e pacientes compartilham as vivências, as dificuldades do tratamento e conversam, sempre querendo saber como cada um está indo. Dessa troca, surgem novas amizades, conta dona Berta.

“Mesmo num momento difícil, sempre tem uma coisa boa, porque tudo sempre tem dois lados e focar no que é bom deixa a gente mais forte com certeza”, declara.

Troca de experiências dá força para superar

A mesma troca de vivências também tem dado suporte para a hóspede Carla Breginski. Aos 37 anos, Carla veio de Papanduva para Jaraguá do Sul também fazer radioterapia.

No começo, ao descobrir o câncer, Carla conta que não aceitava a situação. Gradualmente, foi aprendendo a lidar com o diagnóstico e seu desafio.

“Às vezes a gente pensa que o nosso problema é grande, só olhamos para o próprio umbigo, mas aí você começa a trocar experiências, aqui na casa e no hospital também, dos grupos de radioterapia que vão se formando, e você escuta tanta história de superação”, conta Carla.

No começo, quando soube que viria para Jaraguá do Sul, a família de Carla ficou preocupada. Pela dificuldade de aceitar o diagnóstico, ela acredita que passar um momento sozinha, consigo mesma, seria importante para superar essa fase da vida.

“Por que penso que em casa às vezes cuidam da gente demais, e às vezes não é tão bom, você tem que ter um choque, nem que seja de uns dias, sozinha sabe”, diz.

Para ela, tem sido difícil deixar o marido e a filha de 13 anos em casa. Mas o suporte que tem recebido na Casa também tranquiliza a família.

Para sair da Casa, por exemplo, é preciso deixar registrado o horário e também anotar o retorno, uma medida que revela o cuidado e preocupação com a segurança dos abrigados.

Carla Breginski (à direita) e demais pacientes e hóspedes da Casa. Convivência na casa também rende momentos especiais de troca experiências e apoio emocional | Foto Verônica Lemus/OCP News

Na Casa, são os próprios hóspedes que fazem a organização, preparo da comida, limpeza dos cômodos, entre outras tarefas domésticas, do mesmo jeito como é feito em casa.

Ao mesmo tempo, há liberdade para o horário das refeições e descanso. A sensação é de realmente estar em casa, descreve Carla. Seu desejo é de que a Casa São José continue crescendo cada vez mais.

Casa São José conta com apoio da comunidade

A organização e seriedade do trabalho desenvolvido pela equipe da Casa São José são apontadas por Carla Breginski como um dos vários motivos que ajudam a manter a Casa em funcionamento.

Isso porque a entidade depende também de doações e apoio da comunidade para se sustentar. A solidariedade, inclusive, faz parte da história da Casa desde o início.

A residência foi cedida pela família do empresário Pedro Donini. Já os utensílios domésticos foram doados pela rede Havan.

O espaço é gerido pela Associação de Voluntários do Hospital São José (AVSJ), que tem como objetivo proporcionar momentos de acolhimento diferenciado e humanização para pacientes, familiares, acompanhantes e profissionais da saúde, transformando a vivência no hospital numa experiência menos dolorosa e mais aconchegante.

O local oferece assistência gratuita, do abrigo à alimentação, aos acompanhantes de pacientes internados na UTI do Hospital São José, bem como àqueles em situação de revezamento de pacientes internados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e que necessitam de permanência próxima ao hospital.

A casa fica na rua Guilherme Weege, 114, no Centro da cidade e nas imediações do hospital, e conta com 24 leitos, sendo 16 femininos e oito masculinos. O encaminhamento para o local ocorre por meio de triagem feita pela assistência social do hospital, por busca ativa ou levantamento socioeconômico.

 

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP