Depois de três meses, o Joinville voltou a jogar na Arena Joinville na noite desta quarta-feira (11). Em partida válida pela segunda rodada da Copa Santa Catarina, o tricolor empatou em 0 a 0 com o Brusque.
O jogo, porém, teve a atenção dividida com uma parte da arquibancada. Aos gritos constantes de “JEC, JEC, JEC!”, as cadeiras no canto esquerdo do setor coberto foram ocupadas por diversas crianças.
Elas são estudantes das escolas públicas Isabel Silveira, do bairro Vila Cubatão, e Gustavo Augusto Gonzaga, do Saguaçu.
As instituições foram as primeiras selecionadas pelo projeto “JEC nas Escolas”, que distribuiu 100 ingressos para crianças e responsáveis assistirem o jogo do clube, na Arena Joinville.
Jeferson dos Santos, 8 anos, foi um dos que ganhou o bilhete. Pela primeira vez no estádio, afirma que o momento foi especial.
“Vi meu time do coração ir na minha escola. Agora estou aqui. Quero voltar mais vezes na Arena”, exaltou.

Jeferson dos Santos (esquerda) foi ao jogo com seu tio Paulo Gomes (centro) | Foto Lucas Koehler/OCP News
Ele estava com seu tio, Paulo Gomes, 36 anos, que também aprovou a ação. “Tem bastante criança no estádio, muitas estão aqui pela primeira vez. Agora o JEC abriu as portas para as escolas, motiva elas a frequentarem o estádio”, afirma.
Programa para a família
Também foi a primeira vez da Raissa da Silva, 10 anos, em um estádio. Acostumada a assistir futebol pela televisão, sentiu grandes diferenças. “É diferente de ver pela TV, por lá a imagem é muito perto, aqui dá para ver o jogo acontecendo de verdade”, explica.
Raissa veio acompanhada da sua tia Joze Fiorini, 39 anos, que achou o momento, segundo ela, incrível.
“É muita alegria, aqui a gente interage e entra no clima do jogo”, disse.
Para ela, o envolvimento do clube com as escolas é positivo. “As crianças se envolvem com o JEC, se contagiam e torcem cada vez mais”, pensa.

Raissa da Silva e Joze Fiorini foram pela primeira vez na Arena Joinville | Foto Lucas Koehler/OCP News
Para chegar na Arena Joinville, Raissa teve que convencer sua mãe, que por trabalhar à noite, não pôde ir ao jogo.
“Soube que minha tia vinha. Falei para minha mãe que se ela não deixasse eu vim, eu ficaria muito triste, porque sempre quis estar aqui”, contou.
Já Stefanny de Oliveira, 11 anos, costuma ir na Arena, mas ontem foi diferente. Foi a primeira vez que viu o jogo com os amigos da escola e com a avó, Maria Roseli de Oliveira, de 53 anos.
Para Maria, a sensação também foi especial. “Como vim com a minha neta, hoje estou representando a mãe dela”, diz.
Para a avó, os projetos sociais são fundamentais. “Tenho outra neta que estuda numa escola que já foi beneficiada com o Torcedor Solidário. Os projetos são incentivos e que todos devem colaborar”, afirma.

Maria Roseli (centro) foi ao jogo com as suas netas Manoeli (esquerda) e Stefanny de Oliveira (direita) | Foto Lucas Koehler/OCP News
O JEC nas Escolas, para ela, vai trazer novos torcedores para o Joinville. “Hoje vim no ônibus com as crianças, muitas delas falando que é a primeira vez no estádio”, finaliza.
Futebol como transformador social
Educação e esporte costumam fazer tabelinhas de sucesso quando se unem. Na educação física, crianças e jovens se exercitam enquanto imitam jogar como o ídolo no futebol, basquete ou vôlei.
Os dois pontos também se destacam quando estão juntos para promover projetos sociais e transformar vidas.
Para Elainer dos Santos, diretora da escola Isabel Silveira Machado, o projeto JEC nas Escolas é exemplo disso.
“Ele incentiva o esporte, mas também valoriza o respeito, a história e o amor pelo clube. É na escola que os pequenos aprendem desde cedo a valorizar o que é nosso. É o melhor recomeço”, afirma.

Foto Lucas Koehler/OCP News
A ação deve trazer benefícios para os estudantes. “Acreditamos que é uma troca de aprendizagens. Os atletas devem ser exemplos de respeito, humildade e foco nos objetivos. A criança aprende pelos exemplos”, complementa.
A diretora conta que todos a equipe escolar ficou orgulhosa quando soube que seriam escolhidos, já que sua escola foi a primeira da rede municipal a participar do projeto.
Para ela, o momento será lembrado para sempre. “A maioria nunca teve a oportunidade, inclusive os familiares”, exalta.
JEC mais próximo da comunidade
Aproximação por ações sociais. Esse é o lema do JEC para manter os atuais e trazer novos torcedores para o clube.
O projeto JEC nas Escolas, segundo o diretor social do Joinville, Karpanno Mello, é uma ideia antiga e necessária para se colocar em prática.
“Queremos estar mais perto da comunidade, assim como já acontece com o Torcedor Solidário, sempre olhamos diretamente para que as pessoas mais carentes possam ter acesso aos eventos do Joinville”, explica.
Diversas instituições foram analisadas, porém, as mais necessitadas foram escolhidas. Para Karpanno, por conta da aparição surpresa na escola Isabel Silveira Machado, a receptividade foi ótima.
“Os colégios e as crianças não esperavam por esse momento”, diz.

Foto Lucas Koehler/OCP News
O diretor social se sente realizado e empolgado com o projeto de levar crianças ao estádio. “É algo diferente para eles, porque numa condição normal jamais viriam para a Arena Joinville” finaliza.
O JEC nas Escolas vai disponibilizar 100 ingressos para crianças e pais a cada jogo do clube na Copa Santa Catarina, realizados na Arena Joinville.
Ao todo, serão 700 bilhetes doados para 14 escolas da cidade.
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