A ansiedade dos jaraguaenses que esperam pela reforma da ponte Alfredo Jacob Emmendoref, a ponte pênsil do Baependi, interditada desde dezembro de 2018 quando fortes chuvas danificaram um pilar de sustentação, tem levado algumas pessoas a usarem a estrutura de maneira precária.
As medidas de proteção como as fitas de contenção, um bloqueio físico e a retirada de parte da base da ponte não inibiram os pedestres de continuarem usando o local para fazer travessias. Durante a manhã desta segunda-feira (24), a reportagem flagrou crianças se arriscando na estrutura.
A equipe do OCP tentou persuadir os pequenos a não atravessarem pela ponte interditada, mas eles passaram pela estrutura mesmo assim. A “explicação” é que já estariam acostumados a fazer a travessia com a estrutura da maneira como está.
A aposentada Maria Marlene Petry confirma que a prática perigosa virou rotina para os pedestres que desejam cortar caminho entre o Centro e a Vila Baependi. “É preocupante, mas eles estão passando por ali com frequência. Eu já alertei os vizinhos porque pode acontecer um grande desastre”, acredita.

Foto Eduardo Montecino/OCP News
Maria não se arrisca, porém, reforça que a passagem fechada prejudicou a sua rotina. A aposentada, que faz caminhadas pela manhã, se viu obrigada a mudar o roteiro dos exercícios. “Antes de fechar a ponte, meu percurso durava cerca de 10 minutos, agora levo pelo menos 20 minutos para chegar ao meu destino”, comenta.
A secretária de Esporte, Cultura e Lazer, Natália Lúcia Petry, lamenta a demora da reforma, mas alerta a população para que obedeça às placas de sinalização que estão instaladas no local. “Mesmo com a interdição, é falta de prudência tentar atravessar. Sei que a população está ansiosa pela liberação, mas se a ponte está interditada é porque oferece perigo”, orienta.
Licitação será encaminhada nesta semana
Em maio deste ano, o projeto de restauração da ponte pênsil foi aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural, Arqueológico, Artístico e Natural de Jaraguá do Sul (Comphann) e a Prefeitura.
De acordo com Natália Lúcia Petry, a obra precisou ser revisada pelo órgão já que a ponte é tombada como patrimônio histórico e o restauro precisa seguir os critérios técnicos específicos.
Natália salienta que após a aprovação, o projeto foi encaminhado para a Secretaria de Obras da Prefeitura, que deu seguimento ao processo.
Segundo o arquiteto e urbanista da Prefeitura, Otoniel da Silva Obrad, depois de passar pelos trâmites do Comphann, o projeto foi finalizado na semana passada.

Foto Eduardo Montecino/OCPNews
Obrad explica que o projeto será encaminhado para a licitação nesta semana e deve levar em torno de 45 dias para saber qual será a empresa responsável pela restauração. Segundo o arquiteto, o investimento para conclusão do reparo está estimado em R$ 150 mil.
Entretanto, na avaliação do profissional, o tempo de espera por uma solução pode ser ainda maior. “Não é uma obra simples de fazer e não sei se vamos conseguir uma empresa interessada”, explica. “Pode ser que a gente abra o processo de licitação e não apareça ninguém”, pondera.
Segundo Natália Lúcia Petry, apesar da ponte possuir exigências técnicas especificas por se tratar de uma estrutura histórica, a empresa licitada terá que seguir todos os detalhes do projeto.
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