O Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) completa 20 anos em Jaraguá do Sul em 2019.
Mais de 40 mil crianças passaram pelas aulas do programa de prevenção de maior alcance da Polícia Militar na cidade. Se contar os cinco municípios da região do 14º Batalhão de Polícia Militar, foram mais de 72 mil.
Os alunos do 5º ano das escolas públicas e particulares da cidade são visitados por uma equipe formada por seis policiais militares.
Como em outras unidades escolares, o Proerd deixou a sua marca no Instituto Educacional Jangada. Temas como drogas lícitas e ilícitas, responsabilidade, bullying e relação com os colegas são abordados nas aulas.
Além da apostila, os policiais militares que atuam no Proerd utilizam brincadeiras e canções para fixar os temas na cabeça das crianças.
Todo o trabalho desenvolvido dentro da sala de aula acaba sendo levado para casa e impactando no comportamento além do ambiente da escola.
A advogada Luciana de Lucas Moreira tem uma filha de 10 anos frequentando o Proerd no Jangada.
Ela destaca que a expectativa é grande pelas próximas aulas porque a menina ficou muito feliz e empolgada com o programa. Para a mãe, as lições sobre responsabilidade já tiveram resultado.
“Ela veio relatando o que havia acontecido e que eram atividades muito envolventes e bacanas. Veio com uma noção aguçada sobre responsabilidade, o que é muito importante. Acaba sendo um trabalho adicional porque a gente já fala de responsabilidade em casa e na escola”, comenta Luciana.
A cara do Proerd
Massaneiro é instrutor do Proerd há 19 anos e diz que “se renova a cada aula | Foto: Eduardo Montecino/OCP News
Se uma pessoa pudesse representar o Proerd em Jaraguá do Sul, com certeza seria o sargento Luiz Carlos Massaneiro.
Figura muito querida pelas crianças na sala de aula, ele é constantemente reconhecido na rua por ex-alunos e até por crianças que nunca foram suas alunas.
Em 21 anos de PM, 19 deles no Proerd, o sargento já deu aulas para mais de 14 mil crianças.
“Eu sempre digo que a empolgação para cada aula é sempre a mesma. Eu me renovo em cada aula e o Proerd faz parte da minha vida profissional. A atividade do Proerd está ligada diretamente com o dia-a-dia dos outros policiais”, frisa.
Massaneiro afirma que é incomensurável a satisfação que tem no trabalho. Para ele, encontrar os alunos que já são pais e ouvir as histórias deles estão entre os melhores momentos.
“Às vezes você fala algo que não foi tão significante, mas o rapaz de 25 anos lembra até hoje. Essa é a satisfação que eu tenho”, exemplifica.
Lição durante a juventude
As lições do Proerd acabam sendo muito importantes na infância a adolescência dos alunos.
É nessa fase de formação que os jovens acabam se deparando com os conflitos do bullying, além da possibilidade de contato com drogas lícitas e ilícitas.
“Na época do Proerd, eu aprendi que, quando oferecem drogas para a gente, é muito bom pensar antes. Porque as drogas podem nos levar para um mau caminho e que pode ter influência para o resto das nossas vidas”, lembra a ex-aluna do Proerd Taisa Fideles da Cunha, 12 anos.
“A gente sempre procurava falar de assuntos sérios, mas de uma forma descontraída. O Massaneiro sempre trouxe informações sobre o bullying, um assunto complicado. A gente sabe que tem que exigir respeito e, quando eu vejo alguém ofendendo alguém, eu chamo atenção. Eu tento fazer a pessoa se colocar no lugar da outra”, destaca Gabrieli Nicole Dalbo, 15 anos, também ex-aluna do programa.
Gabrieli cita que aprendeu a combater o bullying com o Proerd | Foto: Eduardo Montecino/OCP News
O início de tudo
Inspirado no modelo iniciado em Lages no ano de 1998, o Proerd foi lançado pela então 3ª Companhia do 8º Batalhão de Polícia Militar em 1999.
O coronel Amarildo de Assis Alves, na época capitão, era o comandante da PM na cidade e lembra com carinho do início do programa em Jaraguá do Sul.
“Existia uma lacuna entre a Polícia Militar e as escolas e utilizamos o Proerd para promover esse diálogo. Isso começou a render bons frutos. Hoje, nós temos policiais militares que foram alunos daquelas primeiras turmas. Nós temos a gratidão dos pais em saber que alguém, em algum momento, falou para as crianças não usarem drogas”, pondera.
Amarildo destaca a participação das empresas de Jaraguá do Sul, como Malwee, WEG e Marisol. Esta última é a fornecedora das camisas do programa há 19 anos.
“Neste ano, o senhor Vicente Donini foi homenageado com o título de Amigo da PMSC pela parceria. Falei para o senhor Donini que não há como mensurar o valor das camisas que vestiram os mais de 72 mil formandos da região”, agradece.
Vicente Donini recebeu o prêmio de Amigo da PM/Divulgação
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